Polícia suspeita de ligação entre esquema da filha de Belo e tráfico na Maré

 

Isadora ao lado do pai, Belo
Isadora ao lado do pai, Belo Foto: Reprodução

A Polícia Civil do Rio suspeita que o grupo de mulheres com o qual a filha do cantor Belo foi presa tenha ligação com traficantes do Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio. Isadora Alkimin Vieira, de 21 anos, e outras onze mulheres foram capturadas em flagrante no último dia 10 em uma central clandestina de telemarketing do grupo, que funcionava em um apartamento em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio.

Os investigadores da Delegacia de Combate às Drogas (Dcod) suspeitam que os traficantes recebiam parte do dinheiro obtido com as fraudes bancárias, dando em troca mão de obra e proteção. Das 11 mulheres presas com a filha de Belo, três são da Maré.

A suspeita de gerenciar o grupo, Roselaine Oliveira Almeida, é de São Paulo e afirma ter vindo para o Rio para atuar no chamado golpe do cartão. Isadora, a filha do cantor, também mora em São Paulo com a mãe, mas vem com frequência ao Rio, onde o pai mora. Além de Roselaine e Isadora, outras duas integrantes do grupo também moram na capital paulista.

Renda extra

A investigação da Dcod aponta ainda a proximidade enter lideranças do tráfico na Maré e especialistas em fraudes bancárias. A estimativa é de que o grupo de Isadora tenha lucrado de R$ 600 mil a R$ 1 milhão com as fraudes. A filha de Belo disse à polícia que só havia recebido R$ 600 para ajuda de custos e relatou que estava no Rio há menos de um mês. Ela disse ter recebido a quantia de outras mulheres da casa. A jovem alegou que sua renda vinha exclusivamente de seus pais, mas por estar com muitas dívidas resolveu tirar uma “renda extra”.

Isadora afirmou também, em seu depoimento à Polícia Civil do Rio, que não tinha conhecimento de que estava trabalhando para golpistas. A jovem de 21 anos alegou que é estudante de Odontologia e aceitou a função “para coletar dados das pessoas” porque estava com muitas dívidas.

Isadora afirmou aos policiais que sua função era coletar dados e fazer anotações sobre várias pessoas. Ela alegou que nunca tinha entrado em contato com nenhuma vítima para pegar dados e apenas usava informações que já estavam inseridas no sistema do computador. A filha de Belo, no entanto, admitiu imaginar que algo ilegal seria feito com os dados.

Em seu depoimento, ela afirmou que não sabia o que seria feito com as informações, “mas achava que era uma coisa ilegal, porém achava que essas pessoas seriam ressarcidas por alguma instituição financeira e não tinha certeza se elas perderiam determinado valor”.

Isadora e as outras mulheres foram autuadas em flagrante pelo crime de organização criminosa. O grupo é acusado de fazer parte de uma organização criminosa que induzia vítimas a repassarem seus dados bancários e, posteriormente, entregarem seus cartões a motoboys para serem utilizados pela quadrilha. Além disso, o grupo também é acusado de furtar, por meio de fraude, dados bancários das vítimas

 

Extra o Globo

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