Em 2006 Jaques Wagner, o novo, surpreendeu ao derrotar o governador Paulo Souto, representante do velho carlismo. Não seria irônico, em 2022, o mesmo Wagner, agora representando o velho petismo, enfrentar ACM Neto, o novo?
A tese, suscitada por Bruno Alfonsin, estudante de jornalismo em Salvador, é no mínimo curiosa. Num olhar de relance, parece isso, mas acurando a observação, as circunstâncias são muito diferentes.
Em 2006, Wagner tinha Lula na Presidência e ACM, o velho, deu uma bobeira ao federalizar a disputa atacando Lula. Agora, ACM Neto desponta no cenário como o novo, mas não tem o lastro presidencial que Wagner teve. Ao contrário, corre para construir uma referência.
Lá e cá — Claro que a questão federal tem influência, na maioria das vezes, decisiva. O jogo é sempre lá e cá, e vice-versa. Por aí, o cenário de 2020 indica que as duas partes ainda têm muito chão até 2022. Se Neto está resolvido cá, e lá, não, na banda de Rui Costa nem cá e nem lá.
Veja: em 2022 Rui, já reeleito, não poderá disputar o mesmo cargo, idem, idem João Leão, o vice do PP. E Otto Alencar, do PSD, o senador que completa o triunvirato que nos governa (PT, PP e PSD), finda o mandato.
Dizem que Wagner quer que Rui faça como ele, fique no governo até o fim. Mas quando Wagner fez isso a presidente era Dilma. Ele deixou o governo cá e foi ser ministro lá. E Rui tem o quê? Eis a questão, primeiro ele tem que se resolver cá. E, lá, Lula também é o velho.
Alegria e dor com o frango
Jornalistas de Feira de Santana dizem que Conceição da Feira, um dos grandes núcleos de produção de frango na Bahia, festejava a notícia de que a Bahia bateu o recorde na produção de carne de frango (39,6 milhões de toneladas) e ovos de galinha (15,2 milhões de dúzias), quando chegou uma bombástica notícia ruim, a morte do prefeito Pompílio.
O próprio Pompílio era produtor de frango, amigo dos que celebravam a notícia.
Muita falação na desolação
Aliás, em Conceição da Feira a grande comoção pela morte de Pompílio, uma figura bem querida, gerou muita conversa sobre os possíveis motivos. A maioria acha que foi um caso passional.
De lambuja, outra fofoquinha: Pompílio acabou transformando a vice, Rosilda Bastos (PSD), a quem apoiou este ano e perdeu, em prefeita. É o efeito maldito da tragédia. Vai ser só por 16 dias e de forma absolutamente indesejada.
Zé Neto e Beto, bons amigos
O deputado federal Zé Neto (PT), que perdeu o segundo turno em Feira para Colbert Martins, tomou ontem café da manhã com Beto Tourinho, que também foi candidato pelo PSB e o apoiou com entusiasmo no segundo turno.
O pretexto foi matar a saudade, mas lá se diz que o namoro virou lua de mel. Completando o sétimo mandato de vereador, Beto, filho do ex-prefeito Zé Falcão, vai ocupar algum cargo na máquina estadual.
Na Terra Mater, cerca em praia chique gera barulho
Dizem em Porto Seguro, a Terra Mater do Brasil, que a primeira grande lição que os colonizadores portugueses nos deram à História, antes e agora, só faz carimbar: ladrão tem bom gosto, só pega o filé, e o resto que passe bem, ou que se dane. Pois lá tem um rolo novo, por velhos motivos: a apropriação indevida do filé.
O vereador Ronildo Vinhas, o Nido (PSD), agora reeleito, criou polêmica ao acusar um empresário de ter cercado o acesso à praia de Patimirim, ou Itaquena, o filé do filé, bastante frequentada por surfistas e pescadores, em Trancoso, que é o point maior de toda a Costa do Descobrimento.
Diz Nido que em Porto Seguro mansões de luxo, resorts, clubes e barracas muito misturam o público e o privado, mas que o caso extrapolou.
POLÍTICA
COM VATAPÁ
Questão animal
Animais soltos nas ruas (bois, cavalos, jumentos e principalmente cabras) sempre foram um problema na história de Glória, cidade próxima à barragem do Moxotó, a 9 km de Paulo Afonso, sertão pleno, tido como o lugar mais certinho do Brasil.
Vem desde os tempos do Império, quando o então lugarejo chamava-se oficialmente Vila de Nossa Senhora da Glória do Curral dos Bois e, jocosamente, Porto dos Cachorros.
Em 2010, a então prefeita Vilma Negromonte, mãe do deputado federal Mário Negromonte Jr., desencadeou intensa campanha de combate à criação de animais soltos. Dez anos depois, tudo na mesma.
João Ferreira, primeiro prefeito da cidade, sabia que o problema era difícil, mas jurou: “Pelo menos no meu local de trabalho eu resolvo”.
Botou na porta da prefeitura, praça principal, a placa com aviso em letras garrafais: ‘Colabore com a administração. Não amarre jumento na porta da prefeitura para não prejudicar os que estão dentro’.
Fonte :A TARDE
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