O governador Rui Costa (PT) fez diversas declarações polêmicas durante um evento organizado nesta quinta-feira (03/12), para a entrega de 60 viaturas que serão utilizadas pelos policiais civis distribuídos entre 39 municípios baianos. O petista falou sobre o crescimento da Covid-19 no estado, culpou as festas de comemoração feitas durante as eleições e avisou que celebrações de réveillon este ano não serão autorizadas.
O petista salientou que haverá fiscalização para coibir as festas, desde as que ocorrem em bairros nobres, até as da periferia. "Vou pedir agora, ao secretário de Segurança Pública, que faça monitoramento nas redes sociais para que qualquer bar, qualquer barraca, qualquer ente comercial que esteja chamando festa, a polícia atue preventivamente e faça a notificação desse ente comercial, avisando que não será possivel. E a polícia fará o bloqueio de entrada nesse estabelecimento. Não permitiremos festa em qualquer número", decretou.
Ressaltando que "a vida humana é mais importante que o faturamento na festa", Rui Costa informou que não irão acontecer festas de Réveillon em 2020. "O estado não permitirá nenhum tipo de festa, isso eu quero deixar claro. E chamo a atenção para as pessoas não comprarem, porque vão perder o dinheiro, porque a polícia não permitirá a realização", alertou.
Sobre a utilização das praias, Rui disse que o poder de atuação do governo é limitado. "E se for para a praia? Não temos condições de dispersar pessoas nas praias. Vamos fazer um campanha, vamos fazer um apelo para que as pessoas não ocupem as areias da praia no Ano Novo. Não vou jogar bomba de gás. Espero que a consciência das pessoas fale mais alto [...] Se individualmente as pessoas vão aglomerar, o que eu vou fazer?", acrescentou.
Para reforçar a gravidade do quadro, ele apresentou a relação entre a doença e o aumento no número de casos. "Nós estamos em um ritmo de crescimento, neste momento, da Covid na Bahia, maior do que tivemos em qualquer período desde o início (da pandemia). Está acelerado em todo o estado". A informação já havia sido divulgada pelo secretário estadual de Saúde, Fabio Vilas-Boas, que classificou o quadro atual como "um surto geral".
O gestor chamou a atenção para o número de mortes atual, média de 20 vítimas fatais por dia, que já chegou a 70 durante o pico da doença. "É inevitável, com esse crescimento, o aumento no número de mortos nos próximos dez dias", acrescentou.
ELEIÇÕES
As festas organizadas pelos vencedores das eleições são apontadas pelo governador como um dos vilões do aumento. "Eu vi, ontem, a declaração do ministro da Saúde de que não tinha relação com eleições. Eu não sei em que lugar do mundo essas pessoas vivem, de negar as realidades, de negar os fatos. Há dois fatores que contribuíram para a elevação dos índices: um, inevitamente, foi o processo eleitoral. Em especial, o que chamou mais atenção foi o dia das eleições, à noite, a comemoração dos candidatos que ganharam", explicou.
Em seguida, Rui culpou, também, as aglomerações protagonizadas, sobretudo, pelos jovens. "Em segundo foram, e são, as festas em geral. Eu sei que as pessoas estão cansadas, exaustas, são muitos meses, muitos dias, é um cansaço psicológico, físico... mas as pessoas precisam ter noção do risco que estão correndo para seus familiares", lembrou.
VOLTA ÀS AULAS
Por conta do aumento no número de casos, o governador também explicou que não há previsão de retorno. "Nossa intenção era anunciar a volta às aulas agora, mas em função do crescimento da doença, nós tivemos que prorrogar esse início", explicou. Ele falou, ainda, que pretende retomar o ensino em breve, pois são "820 mil jovens sem ter o que fazer" morando em residências pequenas e "cheios de energia", que acabam indo para as ruas.
Fonte:Aratu ON
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