Esta segunda-feira (14) promete um "show no céu" em várias regiões do Brasil, em um dos vários eventos astronômicos previstos para o mês de dezembro.
O dia será marcado um eclipse solar - o alinhamento astronômico em que a Lua fica entre o Sol e a Terra. Saiba, abaixo, como, onde e quando assistir ao fenômeno.
Em entrevista à CNN, Roberto Costa, professor do departamento de Astronomia da Universidade de São Paulo (USP), explicou o que vai acontecer no céu brasileiro nesta segunda.
Um eclipse solar acontece quando a Lua se coloca exatamente entre o Sol e a Terra, formando “um cone de sombra que incide em algum local do planeta”. Conforme a Terra se movimenta, essa faixa de sombra se desloca do oeste para o leste.
Anualmente, acontecem entre dois e sete eclipses solares e/ou lunares na Terra. Em dezembro de 2019, um outro eclipse parcial também foi visto no Brasil.
De acordo com Roberto, os eclipses ocorrem em “famílias” chamadas de “Saros”, e várias dessas “famílias” acontecem simultaneamente.
Mas, não pense que você poderá ver um eclipse a todo instante. Para o fenômeno se reproduzir no mesmo lugar da Terra leva cerca de 54 anos.
O fenômeno é bem popular para a Nasa, que disponibiliza um catálogo de eclipses desde 3.999 A.C. até o ano 6.000, ou seja, um intervalo de 10 milênios.
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O eclipse solar total só ocorrerá em uma pequena faixa que corta o sul do Chile e o sul da Argentina, mas aqui no Brasil ele será observado de forma parcial.
No Brasil, nem todas as regiões poderão acompanhar o fenômeno - e a visão será diferente em cada uma delas.
No Sul do país, o encobrimento ficará entre 40% e 60%. Enquanto, no Distrito Federal será de menos de 10%.
Segundo Roberto, “quanto mais ao sul, melhor” para ver o eclipse em terras brasileiras, sendo que o Rio Grande do Sul terá 60% do disco solar coberto pela Lua, São Paulo pouco menos de 50% e o Rio de Janeiro cerca de 40%.
As regiões Norte e Nordeste não poderão ver o eclipse.
O eclipse solar total acontecerá às 11h33 (horário de Brasília), com fim às 14h53.
É importante lembrar que não devemos observar o Sol com binóculos, telescópio ou qualquer outro instrumento de aumento que não seja equipado com filtros.
“Não observar essa regra pode resultar em lesões permanentes na retina”, alertou o professor Roberto Costa.
Pelo menos três eventos astronômicos vão marcar, com chave de ouro, o final deste ano. Um mês movimentado, segundo o doutor em Física e professor do Instituto Federal de Santa Catarina, Marcelo Schappo.
A sequência começou no domingo (13), com o ápice da chuva de meteoros chamada de Geminídeas. O fenômeno ocorre quando fragmentos de rochas entram na atmosfera do planeta Terra em alta velocidade e são incinerados.
O rastro de luz é também chamado popularmente de ''estrelas cadentes'' e segundo Schappo, esta chuva de meteoros de dezembro é uma das mais esperadas pelo espetáculo visual.
Depois do eclipse desta segunda, um outro fenômeno ainda brindará os fãs de astronomia no final de 2020.
Ainda teremos o tão aguardado encontro de gigantes do nosso sistema solar, com auge no dia 21 de dezembro. É a chamada grande conjunção de Júpiter e Saturno.
O alinhamento dos planetas Júpiter e Saturno com a Terra é considerado relativamente raro por que ocorre a cada 20 anos, mas desta vez, é ainda mais. Isso porque tamanha proximidade entre os planetas não era vista há séculos.
E o escalonamento deste alinhamento já pode ser observado.
''O que é mais interessante observar na grande conjunção é que ela pode ser acompanhada ao longo do mês. No horizonte oeste, após o pôr do Sol vai observar dois pontos que parecem duas estrelas, mas são Júpiter e Saturno. Noite após noite estarão mais próximos um do outro. O ápice deste encontro será no dia 21. E depois disso, poderão continuar a observar o distanciamento.'', diz o professor.
Fonte:CNN
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