Soldado Ferreira na corporação e Amado Cigano na música. São com esses dois nomes que o policial e cantor Wellington Ferreira, de 40 anos, se apresenta nas duas profissões que exerce. Há 11 anos na Polícia Militar e há dois na carreira musical, ele viu a sua vida mudar após a divulgação de um vídeo em que aparece cantando fardado em um bar de Salvador. A gravação viralizou e isso não teria agradado a parte da corporação. [veja vídeo ao final da matéria]
Em entrevista ao BNews, Wellington contou que o registro foi feito na noite desta sexta-feira (29) em um quiosque, localizado no bairro de Itapuã. Segundo ele, tudo ocorreu após ele e outros colegas entrarem no estabelecimento para comprar água, cena rotineira em um dia de trabalho de um policial.
“A gente estava cumprindo uma missão na região e em toda incursão tem um momento que a gente para pra tomar uma água e comer algo. A gente entrou em um quiosque para comprar água e lá estava ocorrendo um evento que seguia todos os protocolos recomendados. Quando eu retirei a máscara para beber água, uma pessoa me reconheceu. Depois o músico que estava se apresentando lá, trouxe o microfone, me deu e fiz aquela pequena participação”, relembra Wellington que já possui um CD gravado intitulado "Bebendo e Chorando".
O policial revelou à reportagem que a música serviu como terapia após ter sido baleado no braço durante uma operação no Complexo do Nordeste de Amaralina em 2018. Na época, ele precisou se afastar das ruas enquanto se recuperava.
“Eu me recuperei da situação e a música me ajudou muito. Ela foi minha válvula de escape e minha terapia para eu poder voltar para as ruas, continuar cumprindo a minha missão de atender a população de bem”, afirma o cantor que diz ter apoio dos colegas da PM.
“Tenho um comandante que foi das pessoas que mais me ajudou nesse meu processo de recuperação. Ele me incentivou bastante e foi a pessoa que mais ajudou a me recuperar psicologicamente. Não é fácil superar o fato de ser baleado, o trauma é muito grande”, diz.
Questionado sobre os projetos futuros, ele afirmou que pretende continuar conciliando as duas profissões por tempo indeterminado. “Eu amo o que eu faço. Gosto muito se ser policial. Eu não posso nunca deixar de trabalhar na PM pra viver apenas da música, até porque a música é um futuro muito incerto. Se a fama chegar, beleza, mas o que importa mesmo é que estou fazendo algo que me faz bem, e, além disso, é uma forma de incentivar outras pessoas”, ressalta.
Sobre o fato de o ocorrido não ter agradado membros da polícia, ele frisa que "está se muito mal saber por saber que pode ser punido".
“Houve a intenção de me afastar, mas Deus sabe de todas as coisas. Não fiz nada que desabonasse a minha conduta dentro da corporação. Espero que os comandantes repensem. Nunca respondi um processo administrativo nesses 11 anos que eu tenho na polícia", salienta.
Por meio de nota, a PM-BA afirmou que a conduta do policial será apurada. "A fim de esclarecer os motivos da adoção da postura divulgada no vídeo. Ao final da apuração divulgaremos o resultado a todos os interessados", diz o comunicado.
*Matéria atualizada às 20h55 com posicionamento da PM-BA
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