O procurador Deltan Dallagnol e outros seis colegas que comandaram com ele a Operação Lava Jato em Curitiba pedem que o STF (Supremo Tribunal Federal) impeça o ex-presidente Lula de ter acesso às mensagens deles que foram hackeadas e divulgadas no escândalo que ficou conhecido como “Vaza Jato”. Elas estão hoje em poder da Polícia Federal.
Na semana passada, o ministro Ricardo Lewandowski determinou a
entrega imediata do material a Lula, que pretende usar as mensagens como
prova de que sofreu perseguição da Lava Jato. Os procuradores pedem que
o ministro reconsidere a decisão —e, em caso negativo, que encaminhe o
caso ao plenário do Supremo.
Eles alegam que a disponibilização do material ao petista fere o direito
que têm à intimidade, privacidade —e é até mesmo uma questão de
“segurança para a vida e a integridade física e moral de suas famílias”.
Dizem também que o material não foi periciado e pode não ser
verdadeiro.
O pedido, assinado também por procuradores como Januário Paludo e Laura Tessler, causou estranheza entre magistrados: quando comandavam a Lava Jato, os operadores divulgaram mensagens de investigados —e até mesmo conversas privadas da ex-primeira-dama Marisa Letícia com os filhos dela e de Lula.
A resistência levantou entre ministros também a percepção de que, embora boa parte das mensagens já tenha vindo a público, a íntegra do conteúdo preocupa os procuradores.
Folhapress
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