Negócios de Trump iam mal antes do motim no Capitólio; saiba quanto ele ganhou

 O presidente dos EUA, Donald Trump, em WashingtonAs empresas de Donald Trump geraram quase 40% menos receita no ano passado, quando a pandemia de coronavírus atingiu o setor hoteleiro, colocando o ex-presidente americano sob pressão financeira antes mesmo de parceiros corporativos e bancos o abandonarem após a insurreição no Capitólio dos EUA.

De acordo com relatório dos resultados financeiros, houve um declínio acentuado na receita de algumas de suas propriedades em 2020 e nos primeiros 20 dias deste ano. As vendas no Trump International Hotel Washington caíram 63% em comparação a 2019 para US$ 15,1 milhões (cerca de R$ 81,7 milhões), enquanto a receita do resort de golfe escocês Turnberry recuou 62% para US$ 9,8 milhões (cerca de R$ 53 milhões).

Já o resort de golfe Trump National Doral, perto de Miami, saiu de um faturamento de US$ 77,2 milhões (cerca de R$ 417 milhões) em 2019 para US$ 44,2 milhões (cerca de R$ 239 milhões) em 2020.

Mas não se resume a perda de receita. Trump tem hipotecas que totalizam algo entre US$ 55 milhões e US$ 75 milhões (entre R$ 297 e R$ 460 milhões, aproximadamente), de acordo com o documento. Os empréstimos com o Deutsche Bank vencem em 2023.

 As autoridades federais têm permissão para divulgar a renda e o valor dos ativos do ex-presidente em faixas amplas. No geral, Trump reportou receita em 2020 de algo entre US$ 278 milhões e US$ 313 milhões (entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões, aproximadamente), abaixo dos US$ 445 milhões a US$ 483 milhões (de R$ 2,4 bilhões a R$ 2,49 bilhões, aproximadamente) em 2019. Com base no ponto médio dessas faixas, a receita caiu 37%.

 

Hotéis e outras empresas de hospitalidade, que formam uma parte substancial do império empresarial de Trump, foram atingidos durante a pandemia, já que os viajantes continuam em casa e os governos impõem restrições. Na Escócia, por exemplo, o Trump Turnberry foi forçado a fechar por causa de restrições governamentais destinadas a conter a disseminação do coronavírus.

Alguns pontos positivos também foram registrados para a Trump Organization. A receita ficou estável em seus campos de golfe em Charlotte, Carolina do Norte, Filadélfia e Hudson Valley (Nova York). As vendas no resort Mar-a-Lago, em Palm Beach, Flórida, para onde Trump voltou depois de deixar a Casa Branca na quarta-feira, aumentaram de US$ 21,4 milhões (cerca de R$ 115 milhões) para US$ 24,2 milhões (cerca de R$ 131 milhões). (Em 2019, Trump transferiu sua residência permanente da Trump Tower em Nova York para a propriedade da Flórida.) 

Ainda assim, há grandes questões sobre os negócios do presidente depois que seus apoiadores vandalizaram o Capitólio no início deste mês, em um ataque que deixou cinco pessoas mortas e desencadeou uma grande reação corporativa.

O Twitter e o Facebook baniram Trump indefinidamente, tirando seus maiores megafones. A Stripe não está mais processando pagamentos com cartão de crédito para sua organização de campanha, o Shopify parou de operar lojas online para a Trump Organization e sua campanha e a PGA anunciou que estava retirando um grande torneio de golfe de seu campo em Bedminster, New Jersey.

A cidade de Nova York está tentando encerrar as relações comerciais com a Trump Organization. Isso impediria Trump de continuar operando vários locais recreativos, incluindo a pista de patinação no gelo Wollman, no Central Park, que gerou US$ 4,5 milhões (cerca de R$ 24 milhões) em receita em 2020, de acordo com o relatório financeiro.

O Deutsche Bank decidiu não fazer mais negócios com Trump, disse uma fonte à CNN Business no início deste mês. Além das hipotecas da propriedade de Doral, o maior banco da Alemanha também concedeu empréstimos para o Trump International Hotel and Tower em Chicago e para o hotel da empresa em Washington.

A Trump Organization deve ao Deutsche Bank aproximadamente US$ 340 milhões (cerca de R$ 1,84 bilhão) nos próximos anos, disse a fonte. Não está claro se outros bancos vão querer emprestar dinheiro para a Trump Organization.

Investigadores criminais do estado de Nova York que avaliam as práticas empresariais de Trump intimaram o banco a falar sobre sua relação de empréstimo com a Trump Organization. No final do mês passado, dois banqueiros do Deutsche Bank que trabalharam mais diretamente com Trump renunciaram aos seus cargos.

Após o ataque ao Capitólio, o Signature Bank disse que começou a fechar as contas pessoais de Trump. O ex-presidente tem contas correntes no banco, segundo seu relatório financeiro.

A Trump Orgnanization não respondeu a um pedido de entrevista.

Matt Egan e Chris Isidore contribuíram com reportagem.

CNN

Postar um comentário

0 Comentários