Jeniffer Capella, de 18 anos, foi morta em Magé Foto: Reprodução
Um casal de namorados foi preso nesta quinta-feira, dia 4, pela morte da jovem Jeniffer Capella, de 18 anos, em Magé, após o corpo dela ser encontrado, segundo informações do delegado Uriel Alcântara, titular da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). Mandados de prisão temporária contra Jorge Rio da Motta Neto, de 21 anos, e Maiara Silva Pacheco, de 20 anos, foram cumpridos pela Polícia Civil, diante dos crimes de homicídio qualificado por feminicídio e ocultação de cadáver.
Em seu interrogatório, Jorge afirmou que não se arrependeu do crime e faria de novo, mas acreditou que o corpo não seria encontrado.
Linha do tempo do desaparecimento
De acordo com a delegada Rosa Carvalho dos Santos, responsável pela investigação, a vítima pediu um carro por aplicativo na noite de 21 de janeiro, quando foi dada como desaparecida. Foi constatado que o trajeto daquela corrida foi de Fragoso, onde morava, a Piedade, em Magé.
No dia 24, a mãe de Jeniffer comunicou o desaparecimento da filha na 66ª DP, que encaminhou o registro de ocorrência à DHBF, onde foi instaurado inquérito policial no Setor de Descoberta de Paradeiros.
Jorge, que é ex-namorado de Jeniffer, e Maiara, atual namorada dele, informaram que dormiram juntos na noite do dia 21 e teriam se encontrado no mesmo local e horário aproximado em que Jeniffer desembarcou do carro de aplicativo. Nesse primeiro depoimento, ele alegou que não mantinha contato, físico ou virtual, com Jeniffer desde outubro de 2020, quando Maiara visualizou trocas de mensagens e a repreendeu, pois era a atual namorada.
Inconsistências no depoimento do ex-namorado da vítima
No entanto, investigadores verificaram mensagens trocadas pelo Instagram entre Jorge e Jeniffer nos dias que antecederam o desaparecimento dela, assim como na própria data do fato. Além disso, foi comprovado que combinaram de se encontrar no local para onde a vítima foi pelo carro de aplicativo.
A DHBF informou que, nas mensagens encontradas, Jorge simulou o término do relacionamento com Maiara pois já tinha objetivo de matar Jeniffer, conforme depoimento prestado nesta quinta-feira. Jorge disse que terminou outros dois namoros por ter sido pressionado pela vítima, acreditando assim que sua morte lhe traria tranquilidade diante dos conflitos psicológicos e emocionais.
Feminicídio e ocultação de cadáver
Na noite em que desapareceu, Jeniffer foi para a casa de Jorge, onde foi esganada até desmaiar e, em seguida, teve o pescoço cortado, o que lhe causou a morte.
O corpo foi enrolado em lençol e edredom e deixado na casa em que Jorge reside com a mãe, que não estava presente naquele momento. Depois, ele então teria se encontrado com Maiara para passar a noite, segundo sua versão.
Por volta de 5h do dia 22, o acusado voltou para casa para enterrar o corpo no quintal do vizinho, onde há uma casa em construção. Jeniffer permaneceu como desaparecida até esta quinta-feira, com seu corpo sendo encontrado durante uma busca. Perícia foi realizada no local.
Prisão temporária expedida pela Justiça
Consta ainda no depoimento de Jorge que Maiara só soube do homicídio nesta quinta-feira, mas a polícia segue investigando, levando-se em conta as contradições e mentiras anteriores.
Diante das inconsistências nos primeiros depoimentos, a polícia fez uma representação pela prisão temporária do casal. O pedido foi deferido, e os mandados de prisão contra Jorge e Maiara foram expedidos pelo Juízo da Vara Criminal de Magé no início da noite desta quinta-feira, dia 4.
De acordo com um comunicado da Polícia Civil, "o índice de resolução de casos de desaparecimento pelo Setor de Descoberta de Paradeiros da DHBF é em torno de 90%".
"A DHBF deixa à disposição da população o telefone (21) 98596-7442 (whatsapp), ressaltando-se a importância da colaboração com informações e denúncias, garantindo-se o total anonimato", acrescentou a corporação.
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