E o DEM da Bahia é Bolsonaro? Segundo Elmar, é algo a pensar

 Elmar: ‘Com Bolsonaro, não temos acordo nem desacordo’ | Foto: Antônio Barbosa da Silva | Divulgação | 29.3.2017 - Foto: Antônio Barbosa da Silva | Divulgação | 29.3.2017

No olho do furacão dos fatos que implodiram o DEM, com o rompimento entre ACM Neto, o presidente nacional, e o deputado carioca Rodrigo Maia, ex-velho amigo, o deputado Elmar Nascimento admite que houve um desgaste, mas culpa a má avaliação feita pelo próprio Rodrigo:

– ACM Neto não é o dono do DEM. Ele manda em mim, em Arthur Maia, em Leur Lomanto? Não. Fizeram um acordo por lá, queríamos outro cá. Resultado: perdemos a primeira secretaria, ficamos na suplência.

Luiz Henrique Mandetta, deputado federal do Mato Grosso, ex-ministro da Saúde, citado por Neto como presidenciável do partido, tem alguma chance?

– Nenhuma. Quando ele era ministro, queria que todos nós fôssemos governo. Brigou, agora quer que todo mundo seja oposição. É assim, o partido caminha conforme os humores dele?

2022 — Segundo Elmar, 2022 está nos horizontes e Bolsonaro é uma das possibilidades de apoio.

– Mas não temos aliança selada nem descarte. A pauta econômica dele é a nossa. Já na área de costumes, não. Mas acho que tudo vai depender mais do governo do que da gente.

O que vai depender do governo é simples: se entrar no ano da eleição bem, tudo bem. Se não, a debandada entre Democratas é certa. A posição de Elmar é similar à de Neto, o DEM é independente. Mas está mais para lá.

Na ponta da segunda onda

Júlio Pinheiro (PT), prefeito reeleito de Amargosa, se tornou caso único entre os seus mais de 50 colegas baianos que se infectaram com a Covid. Ele, que em agosto já cumpriu quarentena por ter testado positivo, anunciou esta semana que testou positivo de novo.

Júlio usou as redes sociais para dizer que está em casa isolado, cumprindo sua nova quarentena, com acompanhamento médico, mas sem problemas. Ainda bem. Dos males, o menor.

O medo em Tanque Novo

Os mais de 15 mil habitantes de Taque Novo, cidade na ponta sul da Chapada Diamantina, viveram um dia de cão ontem. Acordaram de madrugada com duas fortes explosões, e, ao saírem para ver o que houve, o susto foi maior: homens fortemente armados explodiram as agências do Banco do Brasil e do Bradesco, que ficam próximas.

O que os bandidos levaram não se sabe, mas o que deixaram, sim. Além dos prejuízos, muito medo.

Em Mutuípe e Laje também

Em Laje e Mutuípe, municípios do Vale do Jiquiriçá, área de frequentes registros de terremotos na Bahia, bandidos arrombaram lojas como óticas e de eletrodomésticos e também supermercado, o que, aliás, também não é coisa rara.

Um comerciante de Mutuípe até ironizou:

– Aqui é uma área de tremores, os que saem do fundo da terra e os que os bandidos provocam. Os segundos são bem piores.

Trem do subúrbio, final infeliz de longa história

Após 160 anos o trem do subúrbio de Salvador deu sua última viagem ontem. Já foi palco de muitas histórias, trágicas e românticas,  deixa boas e más lembranças. Mas das três questões levantadas pelo Ministério Público sobre o caso, a cultural, a ambiental e a social, esta última é a mais pesa para grande parte dos moradores ao longo dos seus 13,5 quilômetros de extensão.

 São pessoas pobres, que gastam R$ 5 de passagem por semana e vão passar a gastar R$ 20. Claro que o monotrilho é mera questão de modernização, um avanço, mas, pelo alarido que os moradores fazem e a repercussão negativa, a obra, que deveria ser recebida com festas e pompas, vem num tiroteio. Quem articulou a transição foi mal.

POLÍTICA 

COM VATAPÁ

Renato Fechine

Campina Grande, na Paraíba, deu de presente a Salvador Renato Fechine, que esta semana nos deixou, aos 53 anos. Ele aqui chegou em 1981, aos 13 anos, e brilhou bonito como compositor de É o Tchan, também no humor, com sua voz de tons múltiplos,  mas principalmente como um amigo afável, do bem.

Conta Almir Santana, na época gerente da rádio Tudo FM (hoje na Excelsior), que lá um dia combinou com Fechine um programa diário das seis às sete da manhã. Acordo selado, Fechine apareceu seis e meia.

– Renato, bote na cabeça que o negócio rádio é tempo, para garantir audiência e faturar. Passou, babau. Seu horário é seis, seis!

Dia seguinte Renato chegou às 8. E Almir:

– Renato, como você só acorda meio-dia o melhor é fazer o programa à tarde.

Renato estreou num horário das 14h às 15h:

– Bom dia, minha gente!

No intervalo, Almir entrou:

– Renato, seu bom-dia é para quem acorda meio-dia. Já são duas e 20 da tarde.

– Ora, Almir, com o sol brilhando é dia. Se é bom ou ruim, são outros 500.

A Tarde

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