Militares dos Estados Unidos atacaram uma região na Síria, nesta quinta-feira (25), usada por dois grupos de milícias apoiadas pelo Irã. O ataque ocorre após lançamentos de foguetes contra forças americanas na região nas últimas duas semanas, informaram fontes oficias dos EUA.
Os ataques marcam a primeira ação militar após Joe Biden assumir a presidência. O local não estava especificamente ligado aos ataques com foguetes, mas acredita-se que seja usado por milícias xiitas apoiadas pelo Irã, que operam na região.
O porta-voz do Pentágono, John Kirby, disse que os ataques ocorreram "sob a direção do presidente Biden" e foram autorizados não apenas para responder aos recentes ataques contra as forças americanas, mas para lidar com "ameaças contínuas a esse pessoal".
Kirby disse que Biden conduziu os ataques após consultar aliados dos EUA, incluindo parceiros da coalizão.
"Especificamente, os ataques destruíram várias instalações localizadas em um ponto de controle de fronteira usado por vários grupos militantes apoiados pelo Irã, incluindo Kait'ib Hezbollah e Kait'ib Sayyid al Shuhada", afirmou Kirbry. "A operação envia uma mensagem inequívoca; o presidente Biden agirá para proteger o pessoal da coalizão americana. Ao mesmo tempo, agimos de maneira deliberada com o objetivo de diminuir a situação geral tanto no leste da Síria quanto no Iraque”.
Acredita-se que o local seja usado como parte de uma operação de contrabando de armas pelas milícias. Os ataques foram realizados para diminuir a capacidade dos grupos de realizar ataques futuros e de enviar uma mensagem sobre os ataques recentes, disseram autoridades norte-americana.
A decisão de mirar neste local na Síria foi tomada "de cima para
baixo", disse um oficial de defesa, e não por causa de uma recomendação
específica dos militares.
Os ataques acontecem no momento em que
Washington e Teerã se posicionam para negociações sobre o programa
nuclear do Irã, potencialmente complicando um processo já frágil.
O
governo deixou claro onde atribuir a culpa pelos ataques, que ocorreram
em meio a uma preocupação crescente de que o Irã ou seus representantes
fizessem uma retalição para marcar o aniversário de um ano do
assassinato do general iraniano Qasem Soleimani pelos Estados Unidos.
"Declaramos
antes que responsabilizaremos o Irã pelas ações de seus representantes
que atacam os americanos", disse o porta-voz do Departamento de Estado
Ned Price na segunda-feira, observando que "muitos desses ataques usaram
armas iranianas fornecidas pelo Irã".
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Saeed Khatibzadeh, negou qualquer ligação com o ataque de 15 de fevereiro em Erbil e o Irã não assumiu a responsabilidade por nenhum dos outros ataques. "Embora esses rumores sejam fortemente rejeitados, a tentativa duvidosa de atribuí-los ao Irã também é fortemente condenada", disse Khatibzadeh, de acordo com um relatório de 16 de fevereiro da agência de notícias oficial do Irã Mehr.
CNN
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