O general Joaquim Silva e Luna, indicado pelo governo federal à presidência da Petrobras, afirmou à CNN que precisa se preocupar com o acionista, mas também com o cliente.
“Uma empresa tem que se preocupar com o investidor, o acionista, mas também com o cliente. Não pode se preocupar só com o lucro”, disse Luna. “O objetivo da Petrobras é produzir petróleo, gasolina, diesel, mas também atender quem consome esses produtos”.
Ele garantiu que não vai interferir na gestão dos preços da Petrobras, que segue a tendência do mercado internacional de petróleo. “Se meu nome for aprovado, serei apenas mais uma voz na diretoria executiva. Quem propõe algo ruim para a empresa é voto vencido”.
Luna também refuta as críticas de que o presidente Jair Bolsonaro estaria colocando um militar para administrar um companhia complexa. “Não estão colocando um general, mas um gestor”, disse.
Ele afirma que tem 52 anos de serviço público e já atuou como gestor de contas públicas no comando do ministério da Defesa e também na área privada como diretor geral da hidrelétrica de Itaipu.
Bolsonaro informou ontem pelas redes sociais que indicou o general para a presidência da Petrobras no lugar do economista Roberto Castello Branco. Mas ainda pode demorar para que ele assuma efetivamente o cargo por causa da governança da estatal que é de capital misto – a União é majoritária, mas a estatal tem ações negociadas em bolsa.
Ontem, a Petrobras informou aos investidores que recebeu um ofício do ministério de Minas e Energia sobre o assunto e que iria convocar uma Assembleia Geral Ordinária (AGE) de acionistas. O prazo legal é de cerca de 30 dias.
A empresa também enfatizou que o mandato da atual diretoria, incluindo seu presidente, vai até o dia 20 de março. Castello Branco tem dito a pessoas próximas que não vai renunciar ao cargo. Sua saída voluntária seria a única forma de agilizar o processo.
Na sexta-feira, antes do anúncio da provável troca as ações ordinárias (com direto a voto) da Petrobras caíram quase 8%, enquanto as preferenciais (sem direito a voto) recuaram 6,5%. O temor dos investidores é de interferência na gestão dos preços da Petrobras.
Bolsonaro reclamou seguidas vezes dos reajustes no preço do diesel e do impacto para os caminhoneiros. Só neste ano foram quatro altas da gasolina e três do diesel. A estatal informou que está acompanhando a subida do petróleo no mercado internacional e a desvalorização do real em relação ao dólar.
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