O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse nesta quinta-feira (11/12) que toda a população brasileira será imunizada ainda este ano contra a Covid-19. A fala foi dita durante uma audiência com senadores que, segundo o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), pode ser decisiva para uma abertura de CPI sobre a atuação do governo federal na pandemia do novo coronavírus.
"Vamos vacinar o país em 2021. 50% até junho, 50% até dezembro da população 'vacinável'. Esse é nosso desafio. É o que estamos buscando, vamos fazer", disse Pazuello. Na conta, não entram os menores de 18 anos, que seriam "não vacináveis" por não haver pesquisas a respeito.
A versão mais recente do plano nacional de imunização, de 29 de janeiro, não aponta um prazo para a vacinação da população. A primeira edição, lançada em 16 de dezembro, afirmava que grupos prioritários, como idosos e profissionais de saúde, seriam imunizados até metade do ano. O resto da população seria vacinada nos 12 meses seguintes, ou seja, até o meio de 2022. Além disso, não há vacinas suficientes no país serem aplicadas em todos os brasileiros.
O ministro também alegou que não sabia da possibilidade de uma nova onda. "Pensávamos, e tínhamos observação técnica em cima de tudo o que vinha acontecendo ocorrendo no Brasil e no mundo, que no segundo semestre de 2020, vimos uma estabilidade clara de queda, de contágios e de óbitos no país, principalmente na região norte", disse Pazuello.
Segundo Pazuello, o foco do governo tornou-se negociar a compra de vacinas e "manter estabilidade de números, voltar a normalidade da nossa vida". Ele disse ainda que há uma "tendência de queda" da crise no Amazonas e afirmou que haverá uma força-tarefa, envolvendo as Forças Armadas, para acelerar a vacinação no Estado para pessoas acima de 50 anos, mas não entrou em detalhes sobre prazos.
O chefe da Saúde afirmou também que a saída para conseguir imunizar a população é de vacinas no Brasil pela Fiocruz e Butantan. Ele revelou que o ministério avança na negociação para compra de 20 milhões de doses da vacina Covaxin, desenvolvida pela indiana Bharat Biotech, além de 10 milhões de doses prontas da vacina russa Sputnik V, que será entregue no Brasil pela União Química. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), porém, ainda aguarda dados para começar a analisar o uso emergencial destes imunizantes.
VACINAÇÃO
No ritmo em que a vacinação contra a Covid-19 é conduzida no Brasil, o país levaria mais de quatro anos para ter toda a sua população imunizada, de acordo com o cálculo do microbiologista da Universidade de São Paulo (USP) Luiz Gustavo de Almeida divulgado pelo Estadão. Ele lembrou que, durante a campanha de vacinação contra a gripe em março do ano passado, já em plena pandemia do novo coronavírus, os brasileiros vacinavam até um milhão de pessoas por dia. Atualmente, a média de imunizações diárias é de um quinto disso, 200 mil pessoas.
Pazuello já está sendo investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta omissão para evitar o colapso de saúde em Manaus (AM). Ele é acusado de, mesmo sabendo da falta de oxigênio iminente, não ter tomado nenhuma iniciativa além da distribuição de cloroquina, medicamento ineficaz para a Covid-19
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