O inventário do ex-senador ACM (1927-2007), em curso na 14ª Vara de Família de Salvador, foi paralisado após “ação de investigação de paternidade e petição de herança”.
O autor do processo é o empresário Luiz Antônio Flecha de Lima, o Tota, filho da embaixatriz Lúcia Flecha de Lima, conhecida do grande público como “a melhor amiga da Lady Di”; e do embaixador Paulo Tarso Flecha de Lima, um dos mais influentes quadros do Itamaraty no final do século passado, hoje muito adoentado.
Aberto em 2019, o processo corre em segredo de Justiça. Os advogados do empresário relatam que sua mãe, Lúcia, “teve um relacionamento afetivo” com ACM em 1974. O resultado da relação teria sido o nascimento de Tota no ano seguinte.
“Como Lúcia era casada com Paulo Tarso”, o menino foi registrado “como filho do casal”. Os advogados de Tota dizem que o ex-senador “sempre teve conhecimento de sua paternidade” e chegou a dedicar “carinho e atenção a ele”.
A ação relata que em junho de 2007, um mês antes de morrer, ACM, então hospitalizado, revelou a Tota que era o seu pai biológico. Já Lúcia “evitava tratar do assunto com o filho, mesmo após a morte” do ex-senador.
Contudo, “como uma de suas últimas vontades” em 2017, antes de morrer, ela admitiu para o filho que ele foi fruto de uma relação com ACM.
A família do ex-senador e ex-governador da Bahia concordou em realizar o exame de DNA em junho de 2020, mas a pandemia travou o andamento do processo. A expectativa é de avanço somente após vacinação da população contra a Covid-19.
Apesar de pedir para ser reconhecido como filho de ACM, Tota quer que seja mantido também o “nome do seu pai constante no atual registro, Paulo Tarso Flecha de Lima, haja vista a relação paternal que também os une”. As informações são de Lauro Jardim, colunista do O Globo.
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