O estado de São Paulo registrou nesta sexta-feira (12) o maior número de mortes por Covid-19 em 24 horas desde o início da pandemia, com 521 mortes confirmadas em um único dia. O número equivale a pouco mais de 1 morte a cada 3 minutos. O total de óbitos provocados pelo coronavírus chegou a 63,5 mil no estado.
Os novos registros não significam, necessariamente, que as mortes aconteceram de um dia para o outro, mas que foram computadas no sistema neste período. As notificações costumam ser menores em finais de semana, feriados e segundas-feiras, por conta do atraso na contabilização.
A média móvel de mortes, que considera os registros dos últimos sete dias, é de 352 óbitos nesta sexta, recorde pelo quinto dia seguido. O valor é 46% maior do que o registrado há 14 dias, o que para especialistas indica forte tendência de alta da epidemia.
Como o cálculo da média móvel leva em conta um período maior do que o registro diário, é possível medir de forma mais fidedigna a tendência da pandemia.
O estado registrou também 15.720 novos casos confirmados de Covid-19 nas últimas 24 horas, elevando o total para 2.179.786 confirmações da doença desde o início da pandemia. A média móvel de casos foi de 12.266 casos por dia, um número 30% maior do que o verificado 14 dias atrás, o que também indica tendência de alta.
47% mais internados do que no 1º pico
O número de pacientes internados com sintomas da doença nesta sexta chegou a 22.555 pessoas em todo o estado, o maior desde o início da pandemia. Dentre os internados, 9.777 estão em leitos de UTI e outros 12.778 em enfermarias, considerando hospitais públicos e também particulares. O total de internados no estado está batendo recordes todos os dias desde 27 de fevereiro.
53 municípios de SP não têm mais vaga de UTI para Covid
O número demonstra que, nesta sexta, a quantidade de pessoas internadas com Covid-19 em São Paulo é 47% maior do que no pico da primeira onda da doença. Em 14 de julho de 2020, quando ocorreu o recorde de pacientes internados do ano passado, eram 15.289 pessoas nesta condição.
Também houve recorde na taxa de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para Covid-19 nesta sexta, com 87,6%. O índice considera tanto hospitais da rede pública quanto do sistema privado.
Durante a primeira onda da doença, a maior taxa registrada foi 77,4%, em maio. O número atual é, portanto, 13% maior do que o recorde de 2020.
Apesar da abertura de novos leitos por parte do governo estadual, de municípios e também de hospitais particulares, a taxa de ocupação não acompanhou o aumento no total de internados. Especialistas alertam para a possibilidade de colapso do sistema, já que a capacidade de criação de leitos, especialmente de UTI, é limitada.
Médicos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Campanha Ame Barradas, em Heliópolis, na zona sul de São Paulo, nesta segunda-feira (8) em meio à pandemia do Coronavírus (Covid-19) — Foto: Mister Shadow/ASI/Estadão Conteúdo
Um cálculo matemático mostra que São Paulo pode chegar ao colapso de seu sistema de saúde nos primeiros dias de abril, caso o atual ritmo de avanço da pandemia permaneça o mesmo. Todos os leitos de UTI disponíveis para Covid-19 nas redes pública e privada do estado devem acabar nesse prazo, se o ritmo atual de internações pela doença e de abertura de novos leitos se mantiver em crescimento.
O estado tinha 53 municípios com 100% de taxa de ocupação de leitos de UTI para Covid-19 nesta quinta-feira (11). Na segunda-feira (8), eram 31 cidades com todos os leitos de UTI ocupados, segundo o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn. São Paulo tem 645 municípios.
Em coletiva de imprensa nesta quinta, o governo estadual anunciou novas restrições na quarentena para conter o avanço da doença, e o secretário destacou que "este é o momento mais difícil da pandemia".
G1
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