Uma arena de gladiadores da era romana foi descoberta nas colinas da antiga cidade de Mastaura, localizada no oeste da Turquia, conforme anunciaram pesquisadores da Universidade Adnan Menderes, recentemente. A estrutura, que teria sido palco de sangrentas batalhas, apresenta um bom estado de conservação e está parcialmente enterrada em um bosque na região.
Descrito como uma réplica do Coliseu de Roma, o anfiteatro turco, de 1,8 mil anos, foi encontrado durante uma expedição autorizada pelo Ministério da Cultura e Turismo do país, ocorrida em 2020, com o objetivo de realizar pesquisas arqueológicas em Mastaura.
A arena, com o característico estilo de anfiteatro circular similar ao usado em construções pelos romanos, estava coberta por “arbustos e árvores selvagens”, de acordo com o arqueólogo da Universidade Adnan Menderes Sedat Akkurnaz. Logo após a descoberta, foi preciso fazer uma limpeza da área para estudá-la melhor.
A estrutura está bem preservada.
No início dos trabalhos, os pesquisadores já estimaram a idade da construção, que teria sido inaugurada por volta do ano 200 d.C., durante a Dinastia Severa. O período, marcado pelo governo sucessivo de cinco imperadores, entre os anos 193 e 235 d.C., foi uma época de grande desenvolvimento e riqueza em Mastaura, graças ao apoio dos administradores romanos.
Capacidade para 20 mil pessoas
Embora tenha um formato que parece inspirado no Coliseu, a arena de gladiadores da Turquia era bem menor. Construído em 70 d.C., o edifício da capital italiana tem paredes externas com 48 m de altura, arena central com diâmetro de 87 m x 55 m e capacidade média para 65 mil pessoas.
Com dimensões inferiores, a edificação turca conta com paredes externas de 25 m de altura, arena central com diâmetro de 40 m x 30 m e capacidade estimada entre 15 a 20 mil pessoas, segundo os pesquisadores, consistindo em uma arena de tamanho médio para a época da construção.
Parte da arena ainda está enterrada.
Durante a limpeza do local, os arqueólogos também encontraram alguns espaços diferenciados dentro do anfiteatro, como uma espécie de sala de entretenimento particular para espectadores que provavelmente tinham algum tipo de privilégio. A estrutura também dispõe de salas de espera para os gladiadores.
Segundo o diretor de Cultura e Turismo local Mehmet Umut Tuncer, a parte da estrutura que está enterrada chamou a atenção pela solidez, como se tivesse acabado de ser construída. Já nas áreas acima do solo, ainda é possível notar algumas fileiras de assento para o público, a arena de luta e as paredes que formavam a área externa do prédio.
Atração para moradores de cidades vizinhas
Outro detalhe revelado pelos pesquisadores é que a arena provavelmente funcionava como uma atração turística da região, atraindo moradores das antigas cidades da Anatólia Ocidental de Afrodisias, Magnésia, Éfeso, Priene e Mileto.
“Pessoas de cidades vizinhas estavam vindo a Mastaura para assistir aos grandes eventos na arena especialmente projetada para shows sangrentos”, afirmaram os pesquisadores. Entre as atrações, haviam lutas entre gladiadores e também entre animais selvagens, que geravam apostas na plateia.
As lutas entre gladiadores atraíam moradores de outras regiões
Depois de desenterrar o anfiteatro de Mastaura por completo, a equipe de arqueólogos planeja iniciar os trabalhos de conservação e preservação da arena, corrigindo rachaduras nas paredes e pedras de alvenaria que estão caindo, entre outros problemas estruturais.
Eles também querem fazer varreduras a laser da estrutura, para criar uma imagem 3D da antiga arena de gladiadores
TecMundo
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