Neste domingo, dia 4, o “Fantástico”, da TV Globo, mostrou mais uma testemunha que será ouvida pela polícia nas investigações que apuram a morte do pequeno Henry Borel, de 4 anos, que já chegou morto ao hospital no dia 8 de março. Ela é amiga de uma ex-namorada do médico e vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (Solidariedade), padrasto do menino. Em entrevista para a TV, ela conta que desconfiou das atitudes do vereador com o filho de sua amiga, um menino de 8 anos.
— Percebi que o menino estava com umas manchinhas roxas. Um pouquinho na barriga, um pouquinho na perninha. A segunda vez eu escutei a mãe falar que tinha acordado de madrugada, como se ela tivesse sido dopada de remédio. Ela levantou com as pernas pesadas, e ele (Jairinho) estava dando banho na criança — narrou a mulher, que preferiu não ser identificada.
Ela contou ainda que a criança teve uma mudança brusca no comportamento, passou a ficar triste, ter medo e a acordar gritando, embora Débora, a mãe do menino, tenha negado qualquer tipo de agressão em seu depoimento dado na delegacia. A mãe confirma que ele sofreu, por exemplo, uma fratura, mas sugere que foi um acidente.
Já a amiga, questionada se ela tinha certeza do que estava falando ou se era uma lembrança de ouvir dizer, respondeu que conhece a criança desde a barriga da mãe, que convivia com ela e sabia da alegria que o menino sentia e da tristeza que passou a sentir.
— A mudança de comportamento da criança foi muito brusca. Ele passou a ter muito medo, dormia e do nada acordava gritando — relatou ao “Fantástico”.
Traumas
As investigações chegaram ainda à história de outra criança, uma menina, hoje de 13 anos, que há dez dias prestou depoimento da Delegacia da Criança e do Adolescente. A mãe dela, uma cabeleireira de 31 anos, que prefere não ter o nome revelado, deu uma entrevista ao GLOBO, publicada sábado. Ao “Fantástico”, a também ex-namorada do vereador se emocionou.
— Comecei a pensar: ‘Será que se eu tivesse feito alguma coisa, isso teria sido evitado?’ — disse, referindo-se à morte de Henry.
Ela contou que a filha, que tinha 3 anos à época, chorava e vomitava ao ver Jairinho. A cabeleireira revelou na 16ª DP (Barra da Tijuca) que a menina chegou a ter a cabeça afundada por ele em uma piscina.
Ao "Fantástico", a cabelereira afirma que, em depoimento, a filha diz que se lembra de entrar num lugar — ela não sabe descrever —, mas que tinha uma cama e uma pisicina, e que ele a afundava. Além das agressões na piscina, a filha deu detalhes de agressões que ela não tinha conhecimento. Segundo o relato, o vereador ficava em pé na barriga da menina quando ela estava deitada, além de torcer o braço e a perna dela.
O “Fantástico” também ouviu os advogados de Jairinho. Ele nega a agressão a outra criança e diz que colabora com a investigação sobre a morte de Henry.
Morto no dia 8 de março, Henry passava aquela madrugada com a mãe, a professora Monique Medeiros da Costa e Silva, e o padrasto, o Dr. Jairinho. Ele havia passado o fim de semana com o pai, o engenheiro Leniel Borel de Almeida. De acordo com depoimentos prestados por Monique e Jairinho, na 16ª DP, eles assistiam a uma série na televisão, quando, por volta das 3h30, encontraram Henry caído no chão, com olhos e mãos gelados e olhos revirados. Os dois então levaram Henry para o Hospital Barra DOR, mas as pediatras que o atenderam na emergência garantem que ele já chegou morto à unidade e com as lesões descritas pelo Instituto Médico-Legal (IML): hemorragia interna e laceração hepática, provocada por ação contundente, e equimoses, hematomas, edemas e contusões
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