China e Japão se acusaram mutuamente de comportamento impróprio depois que um funcionário do governo chinês postou um tweet de uma icônica impressão de xilogravura japonesa manipulada para mostrar lixo nuclear sendo despejado no mar, dando início a uma nova briga diplomática.
No início deste mês, o Japão disse que lançaria no mar água contaminada da usina nuclear de Fukushima, irritando seus vizinhos. A China disse que o plano é "extremamente irresponsável".
Na segunda-feira (26), Zhao Lijian, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, tuitou uma imagem da obra "The Great Wave Off Kanagawa", feita no século XIX pelo artista Hokusai, alterada para mostrar lixo nuclear verde sendo despejado no mar por duas pessoas em trajes Hazmat (para cuidado com materiais perigosos) laranja em um barco.
Na imagem, criada por um ilustrador chinês, o Monte Fuji ao fundo foi substituído por uma torre de resfriamento de usina nuclear.
O ministro das Relações Exteriores do Japão, Toshimitsu Motegi, quando questionado sobre o tweet em uma coletiva de imprensa na terça-feira (27), disse que não comentaria cada tweet "feito por alguém do nível de secretário de imprensa".
Mas ele disse que o Japão estava apresentando um "protesto vigoroso" e buscando a remoção do tweet por meio dos canais diplomáticos.
"Você perguntou se vou deletar o tweet e me desculpar. Você deve ter notado, eu coloquei o tweet no topo", disse Zhao em uma coletiva de imprensa em Pequim nesta quarta-feira (28).
"A ilustração mostra o chamado justo do povo. É o governo japonês que precisa revogar sua decisão errada e se desculpar", disse Zhao.
Na quarta-feira, quando questionado novamente sobre o tweet de um legislador da oposição no parlamento do Japão, Motegi disse que "tais tweets sem coração não deveriam ser permitidos", de acordo com a Kyodo News.
"O Japão fez uma coisa ruim, mas não pode deixar os outros falarem sobre isso?", disse Zhao.
"O mundo inteiro está protestando há algum tempo, algumas autoridades japonesas se fingem de idiotas e fingem não ouvir, mas ficam muito preocupadas com uma ilustração."
As amargas discussões vieram na esteira da raiva chinesa em uma declaração recente do presidente dos EUA, Joe Biden, e do primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, que concordaram em enfrentar a China em uma série de questões, de Taiwan a uigures muçulmanos na região de Xinjiang, no oeste da China.
CNN
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