O empresário preso na manhã desta quinta-feira (29), em Irecê, norte da Bahia, durante operação contra empresas do setor supermercadista suspeitas de sonegar de R$ 12 milhões em impostos, já tinha passagens pela polícia por furto qualificado, formação de quadrilha e receptação.
Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA), que deflagrou a operação em conjunto com o Ministério Público Estadual (MP-BA) e Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia (Sefaz), durante as buscas, foram encontrados na residência do empresário quatro armas sem registros, diversas munições e documentos.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA), a Operação Marca-Passo visa coletar provas para instruir investigação que apura a prática de sonegação fiscal. O investigado principal utilizou a estratégia de criar de forma sucessivas empresas, com razões sociais diferentes, em nome de "laranjas", mas com nomes fantasias e endereços similares, para manter a mesma clientela, o mesmo fundo de comércio, crédito com fornecedores, valor da marca e ponto comercial. Isso, com o intuito de reduzir ou suprimir o valor do ICMS devido.
Ainda segundo a SSP, o investigado principal e a esposa passaram a ser registrados como empregados dos estabelecimentos, sendo que são os verdadeiros proprietários. Os cinco mandados de busca e apreensão, expedidos pela comarca de Irecê, foram cumpridos nos estabelecimentos comerciais do proprietário. "O resultado da busca foi muito exitosa: conseguimos encontrar documentos que permitirão aprofundar a investigação. Além do mais, foi possível a localização de um importante armamento, sem o registro devido, razão pela qual o investigado será autuado em flagrante por posse ilegal dessas armas", relatou o diretor do Draco, delegado José Alves Bezerra Júnior.
Através de nota, o MP-BA informou que, a ação também obteve judicialmente o sequestro de ativos das empresas e de seus sócios e laranjas, incluindo imóveis, veículos e contas bancárias, com a finalidade de assegurar a restituição dos valores devidos aos cofres públicos.
Ainda segundo o MP-BA, as investigações foram iniciadas pelo Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (Cira), do qual faz parte, junto com a Sefaz e SSP-BA, em Barreiras, oeste da Bahia. Na região, foram levantados indícios da prática de lavagem de capitais, com a investigação de constituição de empresas para tal fim, entre elas uma holding patrimonial em nome da filha do líder do esquema criminoso.
G1
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