Policiais denunciam unidade da PM que “parece chiqueiro” e desmandos de comandantes


Soldados da 48ª CIPM, unidade responsável pela região de Sussuarana, em Salvador, entraram em contato com o Informe Baiano na manhã desta quinta-feira (22/04) e denunciaram as condições de trabalho incompatíveis com o que pregado pelo comando-geral da Polícia Militar. Fotos mostram as condições precárias da referida unidade, que parece até um “chiqueiro”.

Sob anonimato, pois teme represálias, um militar relatou que a estrutura do local não permite nem realizar necessidades fisiológicas básicas.

“A Companhia trabalha certo e tem uma produtividade altíssima, mas agora é só arrocho. O comandante anterior tratava todos com dignidade, mas os atuais parecem que são mais homens que todos. Esse capitão, pelo amor de Deus, não respeita ninguém. Enfim, vai lá descer nas ‘bocas’ sozinhos”, desabafou.

Um texto produzido por um grupo insatisfeito relata ainda que “estão sufocando a tropa, apertando quem fica doente, mandando investigar, mas são incapazes de fazer uma ligação para saber o estado do policial. Negam permutas, abonos para uns e privilegiam poucos”.

Os integrantes da 48ª CIPM comentam ainda sobre o caso do soldado Lucas Freitas, que tirou a própria vida, na última terça-feira (20/04).

“Lucas estava em casa de atestado, vestiu a farda e se matou, reflexo da péssima gestão a que estamos submetidos, a começar pelo comandante-geral que não representa a tropa e o por consequência o major que ele colocou aqui para apertar a tropa. Uma unidade com a estrutura física lixo, insalubre, porca, alojamento que 3 policiais não conseguem ficar dentro por conta do espaço, banheiro fede desde a entrada do portão, não tem condições mínimas para realizar beta 30 (almoço) ou 32 (necessidades fisiológicas). A 48 está jogada as traças”, afirma a denúncia.

Representante da categoria, o deputado estadual Soldado Prisco reafirmou que “os comandantes só tem interesse de produção” e “querem demonstrar uma sensação de segurança ao governo, mas o estresse na categoria só aumentou”. Sobre a situação da sede da 48ª CIPM, disse que “isso não é novidade”.

“Nós vamos entrar no Ministério Público pedindo a interdição dessa CIPM, porque aquilo é uma casa e não tem condições nenhuma de funcionar. As condições são insalubres, não tem nenhuma condição, parte elétrica toda deteriorada… Já é de conhecimento, inclusive, do atual comandante-geral, que foi comandante do CPRC-Central. Um verdadeiro absurdo”, disse Prisco.

O Informe Baiano já solicitou posicionamento da corporação sobre o caso e aguarda a resposta oficial. Assim que for enviada, a reportagem será atualizada. 

Informe Baiano

 

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