Como era previsto, o veículo espacial de nome Longa Marcha 5B, se desintegrou e alguns destroços caíram a oeste das Ilhas Maldivas, no Oceano Índico.
Em entrevista à CNN, o astrônomo da USP, Roberto Costa, explica que esse caso, apesar de ter sido muito repercutido, não é raro. "Quedas de pedaços de foguetes ou de veículos espaciais de modo geral não são novidades. Elas acontecem com alguma regularidade."
Segundo ele, a China criticou o modo como a imprensa internacional vem tratando o caso. "Os chineses estão muito incomodados com a repercussão deste fato e dizem que está sendo dado um destaque desproporcional, quando outras quedas análogas de veículos feitas no ocidente não têm esse destaque na mídia; estão dizendo que esta foi uma cobertura exagerada e alarmista."
Costa diz que, na Terra, há o que eles chamam de um "grande cemitério de foguetes e satélites". "Fica no Sul do Oceano Pacífico um lugar em que, quando as quedas são controladas, elas são dirigidas para lá."
O astrônomo ressalta que os riscos destas operações existem, mas a grande maioria dos resíduos que caem na Terra se queimam e se vaporizam completamente na atmosfera. "O caso desse foguete chinês é um pouco diferente dos demais por ser muito grande. Em torno de 30 metros de comprimento, 5 a 6 metros de diâmetro e uma massa em torno de 20 toneladas. Era uma peça muito grande que obviamente não se queimaria totalmente ao cair."
Por conta destas características, havia um temor de que ele pudesse gerar danos ao espaço urbano. Além disso, era uma reentrada descontrolada, ou seja, não era possível prever a hora e o local em que o foguete cairia na Terra.
"Não é que tenha acontecido algum problema e que o foguete tenha perdido o controle. Depois que ele libera o satélite, ele não tem controle nenhum. Ele é uma peça completamente livre. Até que, após dez dias em órbita, desde 28 de abril, ele caiu em um local que não era controlável."
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