Uma dentista da cidade de Campos dos Goytacazes, norte do Rio, identificada como Giselle Gomes, está sendo investigada pela Polícia Civil depois de ser acusada de deformar pelo menos 18 pacientes durante procedimentos de harmonização facial. A profissional utilizou uma substância diferente da ideal. As informações são do UOL.
De acordo com a delegada Nathalia Patrão, que está à frente do caso, a dentista oferecia harmonização com ácido hialurônico, mas, na verdade, aplicava polimetilmetacrilato (PMMA). Enquanto a primeira é uma substância temporária e absorvida pelo corpo humano, a segunda é uma substância permanente e não absorvível.
De acordo com as investigações, a dentista tirava proveito porque enquanto uma 1 ml de ácido hialurônico custa em torno de R$ 500 , 1 ml de PMMA custa cerca de R$ 35.
“Ela induzia as vítimas ao erro, não alertava ao risco da substância nem esclarecia que a substância não era expelida pelo corpo. Muitas vítimas acreditaram que haviam injetado ácido hialurônico na face, mas estavam efetivamente com PMMA. Quando solicitamos os prontuários médicos de determinadas pacientes, vimos que o PMMA usado é liberado pela Anvisa, mas a fraude está em dizer que inseria uma substância quando na verdade, inseria outra", disse a delegada.
Durante mandado de busca e apreensão, a polícia apreendeu na casa da profissional frascos de PMMA, fios de sustentação sem autorização da Anvisa, além de produtos estéticos vencidos, R$ 68 mil em espécie e extratos bancários com informações de transferência de altos valores.
"Essa conduta devastou vidas profissionais, sentimentais e familiares. Ela gerou divórcio na vida de algumas vítimas. Quando a gente fala de um procedimento estético que deu errado, a gente não alcança a profundidade do resultado e as consequências emocionais na vida de cada um. As pessoas não conseguem escovar os dentes porque a substância que está na boca é extremamente dolorida; mulheres se afastaram do marido porque entram em depressão pela transformação; outras perderam a profissão, pois não conseguem exercer o trabalho com o rosto deformado", completou a delegada.
Ao Fantástico, uma das vítimas, a cabeleireira Lana Velasco, afirmou que entrou em depressão depois de passar por um procedimento nos lábios. O resultado deformou o seu rosto. "Eu não queria ver ninguém por causa disso, das pessoas questionarem o por quê eu fiz isso. Eu preferi me isolar, não ver ninguém, entrei em depressão", disse.
A dentista foi indiciada por lesão corporal gravíssima, exercício ilegal da arte dentária e estelionato
B.News
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