Apesar de alardear que a busca na casa na semana passada foi apenas para a entrega de documentos, a primeira-dama deve depor nesta quarta-feira na PF, em Salvador
A secretária de Assistência Social, Soraia Cabral, que também é primeira-dama de Candeias, na Região Metropolitana a 46 km de Salvador, deve depor na manhã desta quarta-feira, 16/6, na sede da PF (Polícia Federal), em Salvador. Ao contrário do que foi dito em redes sociais, carros de som e em entrevistas, a investigação segue e apura suposto desvio de R$ 800 mil em verba federal.
A investigação sobre superfaturamento de mais de 100% na compra de respiradores e máscaras no ano passado, em plena pandemia de covid-19, apura toda a engrenagem e os envolvidos na aquisição com sobrepreço dos produtos na Manupa, empresa que seria uma concessionária de caminhões.
Batizada de Operação Estertor, a ação, autorizada pelo Juízo da 17ª Vara Criminal da Seção Judiciária da Bahia, da Justiça Federal, investiga fraudes em procedimento de dispensa de licitação realizado pelo município de Candeias para aquisição de 8 ventiladores mecânicos pulmonares com verbas públicas federais destinadas ao enfrentamento da covid-19. De acordo com a PF, cada ventilador custou R$ 175 mil aos cofres municipais, totalizando R$ 1,4 milhão, valores que a corporação avalia como incompatíveis com os de mercado, chegando a uma diferença de mais de R$ 100 mil por equipamento.
Na sexta-feira, 11, ao todo, foram cumpridos três mandados em Candeias, um em São Sebastião do Passé e um em Lauro de Freitas, na Bahia, e dois em São Paulo, na capital e no município de Espírito Santo do Pinhal.
Em Candeias, os agentes estiveram na casa do prefeito e da primeira-dama e na sede da Prefeitura.
Em São Sebastião do Passé, os policiais federais estiveram na casa do atual secretário de Saúde de Candeias, Marcelo Cerqueira, que também responde às investigações.
Em agosto do ano passado, o prefeito, a esposa, que na época ainda era secretária de Saúde da cidade, o superintendente de gestão Marcelo de Jesus Cerqueira, a empresa Manupa Comércio e os representantes, Manuella Jacob e Luís Eduardo Pacheco Alves, tiveram os bens bloqueados pela Justiça Federal. Ao todo, R$ 801,4 mil foram bloqueados, soma que seria equivalente aos prejuízos causados por eles à gestão municipal.
Bahia On
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