O Sindicato dos Jornalistas da Bahia (SINJORBA) denunciou a agressão física sofrida pelo jornalista Orlando Oliveira Silva, no último dia 24 de junho, durante registro de uma guerra de espadas no bairro Ana Lúcia, no município de Cruz das Almas, no Recôncavo Baiano.
As imagens seriam utilizadas em uma matéria jornalística sobre as espadas, com opiniões favoráveis e contrárias. Mas o jornalista foi derrubado no chão; atingido por socos e pontapés, que resultaram em escoriações nos braços, costas e rosto, além de ter destruído seu aparelho celular; e teve seu celular destruído, de acordo com informações do SINJORBA.
Ainda segundo o sindicato, a vítima relatou que a agressão partiu de um empresário conhecido em Cruz das Almas por Tereco e parentes e amigos que estavam em sua casa. A queima de espadas estava acontecendo na rua em frente à casa do agressor que, ao perceber a presença do jornalista exercendo o seu ofício, iniciou a agressão.
Morador do bairro, Orlando relatou que correu, mas foi alcançado antes de chegar em sua residência. O profissional contou também que uma moradora do bairro, ao ver as agressões, usou sua moto para apartar a situação, permitindo que ele pudesse se levantar, correr e pedir socorro aos seus familiares, que, na confusão, também foram agredidos.
O jornalista fez exame de corpo de delito nessa segunda-feira (28). “A guerra de espadas já teve o seu período romântico, era uma época em que as espadas faziam parte de um contexto alegre de uma festa tradicional do povo nordestino e cruzalmense, inclusive se tornando uma referência importante para a cidade, mas de alguns anos para cá está sendo utilizado como um instrumento de medo e intimidação de pessoas e sendo utilizadas por vândalos”, desabafa.
O presidente do SINJORBA, Moacy Neves, afirmou que a entidade se solidariza com a vítima e seus familiares agredidos. “O clima de violência que vivemos hoje, no Brasil, não surgiu agora, mas vem sendo amplificado em ações cotidianas por segmentos da sociedade, que se apoiam na postura do presidente da República, Jair Bolsonaro, um incentivador de confrontos, autor de uma política pública belicista e defensor do uso de armas pela população”, avaliou o sindicalista, completando que a entidade "vai acompanhar de perto este caso e exigirá das autoridades uma investigação séria das agressões e da justiça uma punição exemplar aos agressores".
A Tarde
0 Comentários