A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) já identificou, em análise de câmeras de segurança, um suspeito de ter assassinado a tiros dois policiais militares no início da madrugada da última quinta-feira, no bairro da Posse em Nova Iguaçu. Por enquanto, o homem, único suspeito do crime, segue com sua identidade e imagem mantidos em sigilo pela especializada para não atrapalhar as investigações. Até agora, com base na perícia, depoimento de testemunhas e nas imagens analisadas, a DHBF acredita que o criminoso tenha agido sozinho e usou um buraco no muro de uma empresa abandonada atrás de onde a viatura estava parada para realizar uma tocaia contra os dois agentes.
As pistas sugerem que o bandido atravessou um terreno baldio, passou pelo buraco atrás do carro, abriu a porta esquerda traseira e surpreendeu os PMs, cabo Helder Augusto Gonçalves Silveira, de 37 anos, e o soldado Sérgio Magalhães Belchior, de 31, com tiros disparados de uma pistola calibre .40, o que explicaria as poucas marcas de tiro na lataria.
Denúncias podem ajudar a encontrar assassino
Agora, para chegar até o assassino, a Polícia Civil conta também com a colaboração de moradores e possíveis testemunhas através do Disque Denúncia. Até então, no entanto, desde que o órgão divulgou os cartazes com recompensa de R$ 5 mil, apenas nove queixas sobre o paradeiro do assassino chegaram ao portal, um número considerado baixo. Além disso, todas, até o momento, são consideradas inconclusivas.
O local onde o crime aconteceu é um dos fatores que dificultam a obtenção de informações por parte da polícia. Atualmente, a região é dominada parte pela milícia e parte pelo tráfico de drogas, o que acaba por vezes, não só acuando algumas testemunhas, como também resultando em queixas falsas. Procurado, o Portal dos Procurados fez um apelo para que a população colabore como puder ligando para o Disque Denúncia (2253-1177).
O crime
O crime aconteceu na Estrada D, que serve como um dos acessos da Via Dutra ao município de Nova Iguaçu. O cabo Helder Augusto Gonçalves Silveira, de 37 anos, e o soldado Sérgio Magalhães Belchior, de 31, estavam dentro da viatura estacionados no início da rua quando foram baleados. Eles chegaram a ser levados ao Hospital da Posse, mas não resistiram. Ambos eram lotados no 24ºBPM (Queimados), também na Baixada Fluminense, mas estavam cumprindo Regime Adicional de Serviço (RAS) na área do 20ºBPM (Nova Iguaçu) quando foram atacados.
Velados lado a lado sob forte emoção
Velados em capelas vizinhas, Helder e Sérgio foram enterrados na tarde desta quinta-feira sob forte emoção em cerimônia no cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap.
– O meu marido era uma pessoa muito boa, o sonho dele era ser policial militar, era o sonho dele, e ele morreu covardemente – desabafou a esposa do soldado Belchior à TV Globo durante o enterro do marido.
– Ele estava feliz, amava a farda dele, eu só espero que mude isso, que não deixem isso acontecer com mais uma família – acrescentou a mãe do policial.
Extra O Globo
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