Anne Frigo e Vitor Lúcio Jacinto Foto: Reprodução
A empresária Anne Cipriano Frigo, de 46 anos, reuniu amigos num restaurante badalado de São Paulo para comemorar seu aniversário em 20 de junho deste ano, quatro dias após o namorado, o segurança Vitor Lúcio Jacinto, de 42, ser assassinado. A informação é do delegado Fábio Pinneiro Lopes, diretor do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). No dia anterior, segundo a polícia, ela havia participado de um almoço ao lado de conhecidos. Anne é apontada por Pinheiro como a mandante do assassinato de Vitor e teria oferecido R$ 200 mil ao corretor de imóveis Carlos Alex Ribeiro de Souza, de 28, para cometer o crime.
O corpo da vítima foi encontrado no dia 18, numa região de mata fechada perto da Represa Guarapiranga, na Zona Sul de São Paulo. Anne foi presa nesta terça-feira, num prédio em Vila Nova Conceição, bairro nobre da capital. Carlos havia sido preso antes e, em depoimento, confessou que receberia dinheiro da empresária pela morte de Vitor. Os dois tiveram a prisão temporária por 30 dias decretada pela Justiça.
Traição e morte
Para a polícia, o crime teve motição passional: Anne teria descoberto que Vitor a havia traído. A defesa da empresária nega envolvimento dela com o crime e alega que Vitor a explorava financeiramente. Segundo o advogado Celso Vilardi, a morte do segurança ocorreu em razão de uma disputa pelo dinheiro de sua cliente.
— É uma mulher que foi explorada, teve muito dinheiro desviado. Estamos fazendo levantamentos ainda (para verificar a quantia). E estamos entendendo, segundo o depoimento dela, é que essa morte se deu por uma briga entre os dois (Anne e Vitor), pela disputa que tinham pelo dinheiro dela — afirma Vilardi.
O advogado da acusada criticou a forma como a polícia conduziu o caso. Vilardi disse que a polícia a tratou como culpada antes de ouvir o seu depoimento sobre o caso — Anne foi ouvida na tarde desta quarta-feira:
— Tenhos grandes amigos no DHPP. É uma delegacia absolutamente de elite. Mas, conforme se verificou nas declarações de ontem (terça-feira) já há, na verdade, um pré-julgamento por parte dos policiais. Eles entendem que ela (Anne) é autora. Ontem (terça-feira) foi dito que iam concluir o inquérito contra ela e pedir a prisão preventiva, mesmo sem ouvir (o depoimento da acusada). Hoje quarta-feira) já vi que teve declarações dizendo que o depoimento dela não é convincente. Mas já existia uma pré-disposição de encarar como não convicente qualquer coisa que ela dissesse.
Celular da vítima
Anne foi ouvida nesta tarde de quarta-feira no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e negou a autoria do crime. Ela afirmou que Carlos a procurou e afirmou ter matado Vítor.
— O comportamento dela não bate com a normalidade de uma pessoa viúva. Ela continuou se encontrando com o Carlos, passou a senha do celular do Vitor para o Carlos e os dois mantiveram uma farsa. Carlos mandava mensagens para Anne como se fosse Vítor, como se ele estivesse vivo. Chegou a mandar presente de aniversário para ela — disse o delegado Fábio Pinheiro
Extra O Globo
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