Ela conquistou um feito gigantesco e parece que a ficha ainda vai demorar um pouco para cair. "Fizemos história. Eu não sei explicar tudo que estou vivendo. Só sei agradecer. Obrigada, Deus. Obrigada, família, amigos, Confederação Brasileira Skate. E a todos vocês que torceram muito", festejou a skatista Rayssa Leal em sua conta pessoal no Instagram.
Rayssa Leal fez história nesta segunda-feira (26) ao conquistar a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Tóquio com apenas 13 anos e 7 meses de idade. Ela se tornou a atleta brasileira mais nova a ganhar uma medalha. Foi a segunda do skate brasileiro em Tóquio e a terceira, no geral. Antes, Kelvin Hoefler havia ficado também com a prata no street masculino. Agora, foi a vez de a "Fadinha", como é conhecida, brilhar na final do street feminino e terminar em segundo.
O ouro ficou com a japonesa Momiji Nishiya, e o
bronze, com outra atleta da casa, Funa Nakayama, que também tem apenas
13 anos. O pódio, portanto, foi composto por duas skatistas de 13 anos e
uma de 16.Atual vice-líder do ranking mundial, Rayssa, que havia alcançado o
terceiro lugar na fase classificatória, não se intimidou diante das
adversárias mais experientes e deu show no Ariake Urban Sports Park com
manobras espetaculares. O skate está fazendo a sua estreia no programa
olímpico. Após a prata, a maranhense chorou muito com o feito gigantesco
que acabara de alcançar.
"Estou muito feliz por poder
representar todas as meninas e de realizar meu sonho e ganhar uma
medalha. É muito gratificante realizar o meu sonho e o de meus pais",
celebrou Rayssa, fenômeno do skate.
Chamaram atenção a calma e o
desempenho de Rayssa, que em alguns momentos foi vista dançando
relaxada na pista. Bastante inspirada, ela foi derrubando as rivais ao
longo das baterias até conquistar o seu lugar no pódio entre duas
japonesas.
Leticia Bufoni e Pâmela Rosa, outras brasileiras bem
cotadas para brigar por uma vaga no pódio em Tóquio, ficaram pelo
caminho e não disputaram a final. Pâmela Rosa, inclusive, revelou que
competiu lesionada em Tóquio, com o tornozelo direito muito inchado.
Na final, na sua primeira volta de 45 segundos, Rayssa fez boas
manobras. Ela arriscou no fim e acabou caindo. Pela volta, recebeu 2,94
dos juízes. Na segunda, a brasileira, embora tenha cometido pequenos
erros, foi ainda melhor e levou 3.13.
Depois, na primeira rodada
das cinco manobras únicas, a jovem de 13 anos errou e acabou caindo.
Por isso, ficou zerada e essa nota foi descartada. Na segunda tentativa,
acertou uma linda manobra no corrimão, mas colocou as mãos no chão para
se equilibrar. Ainda assim, recebeu uma boa nota: 3,91.
Rayssa
entrou de vez na briga pelo pódio quando recebeu 4.21 ao acertar uma
excelente manobra no corrimão em sua terceira tentativa. Naquele
momento, a brasileira já tinha quatro notas para compor a pontuação e
havia assumido a liderança. Na quarta tentativa, ela encaixou mais uma
manobra e ganhou dos juízes 3 39 como nota para substituir um 2.94. Na
última, errou e caiu, o que lhe prejudicou na briga pelo ouro. Mas a
prata veio e foi motivo de muita festa.
FENÔMENO DO SKATE
A pequena Rayssa, nascida em Imperatriz, no
Maranhão, é um verdadeiro fenômeno do esporte. Desde 2018, com apenas 11
anos, já integra a seleção brasileira e é vista como uma das melhores
do mundo na categoria street, dona de um talento raro.
A
primeira vez que ela subiu em cima de um skate foi aos 6 anos, quando
seus pais lhe deram o equipamento de presente. Um ano depois, já estava
competindo. O mais impressionante é que ela aprendeu tudo por conta
própria, sozinha. A garota assista a vídeos dos seus ídolos no celular e
depois ficava repetindo insistentemente as manobras.
Aos 9
anos, Rayssa já não competia mais entre as crianças para disputar
campeonatos na categoria geral. Passou, então, a levar uma vida de
"adulta", treinando três horas todos os dias. Tanto esforço deu certo e
agora a pequena Rayssa Leal é medalhista olímpica.
Correio 24 Horas
0 Comentários