A mansão que pertencia ao ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira, arrematada em leilão por R$ 27,5 milhões em 2020, foi colocada à venda por R$ 70 milhões, informou nesta quarta-feira (22) a imobiliária MBRAS, responsável pela negociação.
O imóvel localizado no bairro do Morumbi, Zona Oeste da cidade de São Paulo, é um dos maiores da cidade, possui projeto arquitetônico de Ruy Ohtake, paisagismo de Roberto Burle Marx e esculturas de Oscar Niemeyer.
Mansão em que morou Edemar Cid Ferreira tem pé direito de 9 metros de altura e janelões blindados — Foto: MBRAS/Divulgação
A mansão compôs a massa falida do Banco Santos, que sofreu uma intervenção do Banco Central em 2014 depois de um rombo bilionário. Edemar Cid Ferreira, condenado a 21 anos de prisão por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta, foi despejado da mansão em 2011 para reduzir os danos dos mais de 2 mil credores, que amargaram perdas de R$ 2,7 bilhões somente no Brasil.
Ele e o filho chegaram a ser presos em 2006, mas o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), permitiu que respondessem ao processo em liberdade.
Edemar Cid Ferreira, ex-dono do banco de Santos, em sua casa no Morumbi, na capital paulista — Foto: Evelson de Freitas/Estadão Conteúdo/Arquivo
A casa foi arrematada na quarta vez em que foi a leilão, em fevereiro de 2020, com o lance vencedor de R$ 27,5 milhões, maior do que o mínimo estipulado, que era de R$ 10 milhões, mas muito abaixo da avaliação de valor do imóvel - R$ 78 milhões.
O empresário paraibano José Janguiê Bezerra Diniz, que entrou para a lista de bilionários da Revista Forbes em 2014, arrematou a mansão com a expectativa de instalar uma escola de alto padrão direcionada para o ensino infantil, mas, de acordo com a imobiliária, a pandemia do coronavírus mudou os planos dele.
Empresário paraibano Janguiê Diniz — Foto: Janguiê Diniz/Acervo pessoal
O CEO da imobiliária MBRAS, Lucas Melo, se diz confiante sobre a venda do imóvel, considerando um levantamento da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), que prevê o crescimento do ramo em 2021 de 30%, uma vez que no primeiro trimestre os financiamentos já cresceram 113%, se comparado ao mesmo período de 2020.
“Ter essa propriedade em nosso portfólio é um privilégio. Conseguimos exclusividade em um ano que está sendo muito positivo para o segmento de altíssimo padrão. Além de toda exclusividade que o comprador pode ter ao morar nesse imóvel, a propriedade possui potencial para desenvolvimento imobiliário, podendo ser transformada em um condomínio de casas e até em grandes estabelecimentos”, apontou Melo.
Mansão em que morava Edemar Cid Ferreira possui área total de mais de 8.000 m², cinco andares e piscinas coberta e descoberta — Foto: MBRAS/Divulgação
Como é a mansão
A mansão possui área total de mais de 8.000 m², cinco andares, piscinas coberta e descoberta, academia, biblioteca, quadras de tênis e squash, adega para 5 mil garrafas, 34 banheiros, janelões blindados, pé direito de 9 metros de altura e heliponto. O custo com manutenção é de R$ 1 milhão por ano.
Entre as curiosidades do imóvel estão uma mesa de 24 lugares feita em mogno no século 19, na Inglaterra, avaliada em mais de R$ 100 mil, a parede da sala de jantar, que é revestida em ouro, e um elevador exclusivo para transporte de comida até os quartos no segundo pavimento.
Mansão em que morou Edemar Cid Ferreira tem projeto arquitetônico de Ruy Ohtake e paisagismo de Roberto Burle Marx — Foto: MBRAS/Divulgação
G1
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