Na era das
facilidades proporcionadas pela tecnologia, não faltam motivos para usar
os serviços online e por telefone dos bancos. Golpistas, entretanto,
têm frequentemente usado esta comodidade para ludibriar clientes. Diante
do crescimento do chamado Golpe do Motoboy, a Polícia Civil da Bahia
alerta: desconfie sempre de ligações que – independente do motivo –
resultem em pedidos de dados pessoais ou de entrega de cartão de crédito
e/ou de seu celular.
Embora os primeiros casos deste golpe
datem de mais de três anos atrás, tem-se percebido uma maior incidência
desde o início da pandemia de Covid-19, com o aumento do trabalho em
home office. Por intermédio de técnicas de engenharia social, os autores
simulam o atendimento bancário e induzem a vítima a ceder seus dados
pessoais, inclusive senhas e outros dados confidenciais.
A delegada titular da 14ª DT, Mariana
Ouais, explica como agem os criminosos. "A pessoa liga, identifica-se
como sendo do banco e pergunta se a vítima está fazendo uma compra em um
alto valor. A vítima, então, nega. O golpista, então, diz que vai
checar outras compras que supostamente foram feitas no cartão – sempre
de alto valor, a fim de desesperar a vítima. Sabendo disso, o golpista
finge 'orientar' a pessoa, induzindo-as a passar os dados pessoais e
senhas. Ao fim do processo, dizem que as compras foram estornadas, mas
que, para resolver o problema, o cartão precisa passar por uma perícia",
diz.
"Eles ganham a pessoa com a falácia de
que ela é um cliente VIP. Então, a depender do banco, eles podem
inclusive usar os nomes dos serviços especializados para clientes de
alta renda, como Personnalité, Prime ou Estilo. Então, como a vítima
supostamente é um cliente VIP, os golpistas dizem que esse cartão
precisa ser levado a uma central, normalmente em um lugar distante da
residência da vítima. O objetivo é criar a condição para oferecer o
falso serviço de motoboy. E fazer isso não é praxe dos bancos",
acrescentou.
Em alguns casos, os criminosos
conquistam a confiança da vítima ao combinar um código a ser reproduzido
pelo motoboy – tudo, ironicamente, para evitar golpes. Esta falsa
aparência de segurança serve para baixar a guarda da vítima e ganhar
tempo para os saques e compras feitos na conta da pessoa enganada. "Há
até situações em que informam que o celular também foi clonado, e que o
motoboy também pode levar para a falsa perícia e depois devolvê-lo. Vi
casos de pessoas que perderam investimentos da vida inteira. Esse golpe
já causou um prejuízo de milhões", declarou a delegada.
Além de sempre desconfiar de ligações e
outros contatos em nome das instituições financeiras, a delegada
Mariana Ouais orienta o cidadão baiano a checar – ele mesmo – a
veracidade das alegações feitas pelo golpista, por meio de uma ligação
para o gerente do banco, pelo internet banking ou pelas centrais
oficiais de atendimento – sempre se certificando de que o contato com o
possível golpista já foi encerrado.
Fonte: Ascom PC
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