Foto: Pedro França/Agência Senado
O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia, senador Omar Aziz (PSD-AM), mandou prender o ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde Roberto Dias.
Aziz já havia reclamado que o ex-servidor da Saúde estava se esquivando das perguntas formuladas pelos senadores.
"O depoente vai ser recolhido pela Polícia do Senado. Ele está mentindo desde cedo e tem coisas que não dá para admitir (...) chame a Polícia do Senado. O senhor está detido pela presidência da CPI", afirmou Aziz.
Enquanto respondia uma questão elaborada pelo senador Fabiano Contarato (Rede-ES), Roberto Dias foi interpelado por Eliziane Gama (Cidadania-MA), que alertou sobre uma reportagem da CNN que traz áudios que colocam em xeque a versão de encontro acidental entre Luiz Paulo Dominghetti e o ex-servidor da Saúde.
"Os áudios que temos do Dominghetti são claros", ressaltou Aziz.
Após a decisão do presidente da CPI, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) tentou reverter a situação alegando que outros depoentes também mentiram à comissão e não foram presos.
"Se ele fez o compromisso de falar a verdade e não falou, tem que ser preso. O erro é da comissão que não prendeu todos", avaliou Fabiano Contarato.
"Hoje acabou a paciência... ele passou o tempo todo mentindo para a CPI. Chegou a hora da CPI tomar uma decisão definitiva senão não vamos conseguir que as pessoas falem a verdade nessa CPI", afirmou Rogério Carvalho (PT-PE).
Omar Aziz, no entanto, não atendeu o apelo dos colegas, manteve a decisão e encerrou a sessão.
"Tenho sido desrespeitado todos os dias com historinha aqui. Não aceito que a CPI vire chacota. Pessoas morrendo e eles brincando de negociar vacinas. Ele vai estar detido agora pelo Brasil, pelas vítimas sequeladas. Ele está preso e se eu estiver errado posso ser processado. Ele que recorra na justiça, mas ele está preso e a sessão está encerrada. Podem levar!", finalizou.
Logo após deixar o Senado, o presidente da CPI publicou em uma rede social que a decisão de prender alguém não é fácil, mas que não vai aceitar que a comissão "vire chacota". O parlamentar afirmou ainda que pode repetir a medida, caso outro depoente venha a mentir novamente à CPI.
"E quem vier depor achando que pode brincar, terá o mesmo destino", escreveu o parlamentar.
CNN
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