A terceira dose da vacina contra a Covid-19 já é realidade em diversos países como República Dominicana, Israel e Rússia, entre outros. Nesta reportagem apresentamos quais aprovaram a dose de reforço e para quem a estão oferecendo.
Nesta sexta-feira (30), o primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett, anunciou um programa para aplicar uma terceira dose da vacina contra o covid-19 em pessoas com mais de 60 anos. No país, uma dose de reforço já estava sendo oferecida aos imunossuprimidos.
O debate em curso sobre a terceira dose
Já nos Estados Unidos, a Pfizer informou que solicitará a aprovação de uma dose de reforço em agosto. A empresa publicou dados sugerindo que administrar uma terceira injeção aumenta "fortemente" a proteção contra a variante delta do coronavírus.
Após a divulgação dos dados, o Diretor de Saúde dos EUA, Dr. Vivek Murphy, insistiu que, neste ponto, as pessoas que estão totalmente vacinadas não precisam de uma terceira dose e que a decisão sobre se essa dose é necessária e quando ela seria tomada caberia às agências como os Centros de Controle e Prevenção de Doenças e a Food and Drug Administration, com base em todas as informações disponíveis.
O Dr. Paul Offit, do comitê consultivo de vacinas do FDA, disse à CNN que mais dados ainda são necessários para tomar essa decisão e que as pessoas com as duas doses têm alta proteção contra doenças graves, pois o que é necessário agora não é uma terceira dose para os vacinados, mas para os não vacinados serem vacinados.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) também tem sido enfática que a prioridade é avançar na vacinação, em um momento em que menos da metade do mundo está totalmente vacinado.
A diretora de imunização da OMS, Dra. Kate O'Brien, disse na quarta-feira que atualmente "não há informações suficientes para oferecer uma recomendação" para uma terceira dose e que os países que impulsionam injeções de reforço sem testes podem piorar os problemas.
“Se os países avançarem e começarem a aplicar os reforços, agrava-se o problema que temos, que (é que) neste momento há uma oferta insuficiente para que todos os países tenham vacinado todos os seus grupos, de maior prioridade, e depois os de menor prioridade", explicou.
Murthy também disse que a questão sobre ser ético recomendar uma terceira dose de reforço, enquanto há uma grave escassez de fornecimento de vacina no mundo, era uma "questão crítica".
Os cientistas apontaram que alguns grupos da população, incluindo os imunossuprimidos, poderiam se beneficiar de uma terceira dose no futuro.
Países que já aprovaram e em alguns casos aplicam a dose de reforço
Bahrain
O Bahrein anunciou em maio a abertura de um registro para que alguns dos grupos mais vulneráveis contra a Covid-19 pudessem receber uma terceira dose da vacina informou a Agência de Notícias oficial do Bahrein. Entre eles estavam pessoas com mais de 50 anos,pessoas com obesidade, baixa imunidade ou outras condições de saúde subjacentes. A segunda dose de Sinopharm deve ser seis meses após a dose de reforço.
Emirados Árabes Unidos
Os Emirados Árabes Unidos, que já têm quase 70% da população totalmente vacinada, também oferecem uma dose de reforço seis meses após a segunda injeção, informou a Reuters. Pode ser da Pfizer ou da Sinopharm, que foi a vacina que aplicaram inicialmente em larga escala, segundo a agência.
França
Na França, que aprovou recentemente um passe de saúde para entrada em restaurantes, cinemas e outros locais públicos, também é recomendada a aplicação de uma terceira dose em imunossuprimidos. Este grupo inclui aqueles que receberam transplantes ou estão tomando medicamentos imunossupressores fortes, entre outros. A terceira dose, de acordo com as recomendações oficiais, deve ser aplicada quatro semanas após a segunda.
Israel
Israel, onde mais de 60% da população já está totalmente vacinada contra a Covid-19, já ofereceu uma terceira dose para pessoas com sistema imunológico comprometido, informou a Reuters. E esta semana deu luz verde para uma dose de reforço para pessoas com mais de 60 anos, seguindo a forte recomendação de seu grupo de especialistas que se baseou em dados que sugeriram uma diminuição significativa da imunidade ao longo do tempo.
República Dominicana
A República Dominicana foi o primeiro país da América Latina a anunciar a aplicação de uma dose de reforço, que passou a ser aplicada às autoridades de saúde. As autoridades explicaram que quem optar pela terceira injeção receberá uma vacina diferente da inicialmente administrada e que decidiram aplicar outra dose contra o avanço de variantes mais contagiosas.
Rússia
O prefeito de Moscou anunciou no início de julho que as clínicas da cidade começariam a oferecer a terceira dose da vacina, informou a Reuters, depois que o Ministério da Saúde atualizou os regulamentos e recomendou que a injeção de reforço fosse dada àqueles que receberam a vacina há seis meses ou mais. Segundo a agência, as autoridades afirmaram que se tratava de uma medida emergencial, dado o aumento dos casos e as taxas de vacinação que continuam baixas. Até agora, 16% da população está totalmente vacinada.
Uruguai
O Ministério da Saúde do Uruguai, onde mais de 60% já estão totalmente vacinados contra a Covid-19, confirmou que oferecerá uma terceira injeção a todas as pessoas que receberam a vacina Sinovac. A dose de reforço, que será da Pfizer, será administrada pelo menos 90 dias após a segunda dose da vacina de origem chinesa.
Mais países com planos para a terceira dose
Outros países ainda não estão oferecendo a terceira dose, mas já começaram a comprar vacinas caso sejam necessárias ou haja planos anunciados. Entre eles está o Reino Unido, onde milhões de pessoas poderão receber uma dose de reforço a partir de setembro, segundo recomendação do Joint Committee on Vaccines and Imunization.
O objetivo da campanha seria proteger os grupos mais vulneráveis no inverno e contra o avanço das variantes mais contagiosas.
Na América Latina, destaca-se o caso do Chile, que está fazendo um estudo sobre os efeitos da terceira dose e que há muito tempo toma as medidas necessárias para esse cenário.
CNN
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