Após prisão de suspeito, tia de mulher achada morta em carro carbonizado na Bahia diz: 'Alívio e esperança'

Ludmila Aragão Campos e Charles Adamo Jesus de Araújo, ´preso suspeito de matá-la — Foto: Reprodução / Redes sociais

Ludmila Aragão Campos e Charles Adamo Jesus de Araújo, ´preso suspeito de matá-la — Foto: Reprodução / Redes sociais

"Alívio e esperança. Que ele permaneça preso e pague pelo que fez", é o que diz Tereza Aragão. Ela é tia de Ludmila Aragão Campos, achada morta em um carro carbonizado às margens da BR-110, em São Sebastião do Passé, na região metropolitana de Salvador. O suspeito do crime, ocorrido em 2020, foi preso nesta terça (11), em Juazeiro, no norte da Bahia.

O corpo de Ludmila foi encontrado dentro do automóvel dela, no dia 28 de janeiro de 2020. Na ocasião, ela era considerada desparecida desde que a casa foi incendiada, dias antes, na localidade de Aratuba, na Ilha de Itaparica, também na região metropolitana de Salvador e a 90 km de São Sebastião do Passé.

Após o crime, as investigações foram iniciadas e a 24ª Delegacia Territorial de Vera Cruz, responsável pela área de Itaparica, concluiu que o namorado da vítima seria o autor do crime. Foi apurado que Ludmila vivia em um relacionamento abusivo e temia romper com o agressor.

Desde então, o homem estava foragido e só foi preso nesta terça. O nome dele não foi divulgado pela polícia, porém, os familiares da vítima relatam tratar-se de Charles Adamo Jesus de Araújo."Eu conversei com minha família, nós ficamos ansiosos nós últimos meses, muita dor e sentimento de injustiça pela demora, mas entendendo que a polícia estava fazendo seu trabalho e tendo fé na competência deles. Agora a família pode ter uma finalização com a ida do sujeito ao julgamento, somos mãe, tias, primos e primas agora com a satisfação de que nossa amada Ludmila pode ficar em paz", conta a tia de Ludmilla.Carro de Ludmila foi encontrado carbonizado — Foto: Reprodução/TV Bahia

Carro de Ludmila foi encontrado carbonizado — Foto: Reprodução/TV Bahia

A tia, Tereza Aragão, ainda revela que a família se sente mais segura após a prisão de Charles, já que ele conhecia a todos e conviveu com os familiares da vítima.

"Sem dúvidas, convivemos com ele por algum tempo, o trouxemos para dentro de nossas casas e o que mais amedrontava era a impunidade prevalecer, colocando em risco o restante da família", diz.

Tereza relembra ainda o comportamento de Charles diante da família de Ludmilla. Entretanto, com a jovem, o tratamento pessoal era diferente.

"Em nossas reuniões, ele era uma pessoa tranquila e social, mas a própria Ludmila já dizia à mãe que queria se separar, todavia tinha medo de se separar e algo acontecer à ela. Isso no período final do namoro, onde ela já se mostrava incomodada com a relação. Ela falou explicitamente que já queria [se separar] e temia pela vida", conta.O crime contra Ludmilla foi caracterizado como feminicídio, onde o Código Penal Brasileiro estipula pena de reclusão de 12 a 30 anos.

PrisãoCasa da vítima foi incendiada pelo suspeito — Foto: Naiá Braga/TV Bahia

Casa da vítima foi incendiada pelo suspeito — Foto: Naiá Braga/TV Bahia

Charles também é suspeito de atear fogo na casa de Ludmila. Ele foi achado pela polícia na cidade de Juazeiro, a quase 460 km de São Sebastião do Passé, município onde o corpo da vítima foi encontrado carbonizado.

Agentes da 17ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin), de Juazeiro, cumpriram o mandado de prisão preventiva expedido pela Comarca de Itaparica, onde fica a casa que foi incendiada, em janeiro de 2020.

Segundo a Polícia Civil, o suspeito se preparava para fugir da cidade quando foi surpreendido pelos policiais. O homem está custodiado no Complexo Policial de Juazeiro até ser recambiado para Itaparica. 

G1

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