O comandante da Marinha,
Almirante de Esquadra Almir Garnier Santos, minimizou as críticas
feitas ao desfile de veículos militares na Esplanada dos Ministérios, em
Brasília, na manhã desta terça-feira (10). O comandante chamou de
coincidência a votação da PEC do voto impresso no dia do desfile do comboio militar.
“Foi
uma coincidência de datas que nós não tínhamos como prever. Na verdade,
o Congresso marcou na data em que a gente já tinha programado uma
votação para hoje. Então talvez isso que tenha criado um pouco de ruído,
né? Porque, no final das contas, as Forças Armadas são extremamente
cumpridoras da Lei e da Ordem e não há nenhum motivo para...”, afirmou o
comandante da Marinha.Garnier conversou com jornalistas depois de visitar a exposição de
veículos militares em frente ao prédio da Marinha, na Esplanada dos
Ministérios. De acordo com o comandante, nesta terça-feira “não houve
nada além de uma passagem e de um pequeno grupo para que a população
visse”.
“Quando se fala de tanque na rua, fala-se de outra coisa.
Tanque na rua lembra tanque para conter manifestações, conter. Não é
nada disso. Houve uma passagem de um comboio e uma prestação de contas à
sociedade dando visibilidade ao exercício que está sendo conduzido e
tradicionalmente é conduzido”, afirmou.
O comandante disse que a
exposição dos blindados, anfíbios, veículos de artilharia e lançadores
de foguetes serve para que a população conheça os equipamentos. “O que a
gente gostaria é que as pessoas conhecessem os equipamentos que a
Marinha usa. É uma prestação de conta, é uma visibilidade que a gente
está dando a essa operação”, afirmou.
Garnier descartou que o
desfile fosse uma demonstração de poder do presidente Jair Bolsonaro
(sem partido) em meio à crise entre os Poderes e disse que tratou-se da
demonstração de poder do Corpo de Fuzileiros Navais e da Marinha do
Brasil para que a população veja como é a preparação e o treino. O
treinamento, no entanto, não é feito em Brasília, mas em Formosa (GO).
“Eles
vão passar aí vários dias treinando. Inclusive, havia várias
possibilidades de data depois da operação. Só que antes da operação
ficou tudo mais fácil e acabamos marcando esta data”, explicou.
Questionado sobre se a entrega do convite a Bolsonaro e
outras autoridades no Palácio do Planalto poderia ter sido feita de uma
forma “menos ostensiva”, o comandante da Marinha disse que “tudo pode
ser feito de mil maneiras. É sempre assim.”
CNN
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