A psicopedagoga Jaqueline Campos, mãe de Thaysa, é amparada durante a exumação Foto: Brenno Carvalho
Policias da Delegacia de Homicídios da Capital (DH) e bombeiros exumaram, nesta sexta-feira, o corpo da manicure Thaysa Campos dos Santos, de 23 anos. Grávida de oito meses, ela foi assassinada em setembro do ano passado, mas o bebê que ela esperava não foi encontrado em seu ventre no exame cadavérico feito no Instituto Médico-Legal (IML).
O procedimento ocorreu no Cemitério da Penitência, no Caju, na Zona Norte do Rio, e foi acompanhado pela psicopedagoga Jaqueline Campos, mãe de Thaysa. Quando os restos mortais da filha foram retirados e colocados em um veículo do Corpo de Bombeiros para serem transportados para o IML, Jaqueline teve uma crise de choro. Ela passou mal e precisou ser amparada por uma irmã e pelo advogado Zoser Hardman, que foi contratado pela família da vítima para acompanhar o caso. Chorando bastante, a psicopedagoga fez um desabafo emocionado:
— Quem fez isso com minha filha? Isso não pode ficar assim. Vamos descobrir o que aconteceu. Quando a polícia descobrir quem fez isso vai ser o dia mais feliz da minha vida — disse.
Mais cedo, ainda na saída da DH, logo após prestar depoimento, Jaqueline já havia comentado o caso:
— Quero fazer um apelo. Se estiver viva, que alguém me devolva (a criança). Não vai acabar com minha dor (pela morte de Thaysa), mas vai amenizar. A gente não sabe o tamanho da maldade. Se esta pessoa (que matou Thaysa) enterrou a criança em algum lugar, que me devolva, que diga onde está. Para que eu possa dar um enterro digno para a minha netinha. Já vai fazer um ano que estou com esta dor, com esta angústia, com este sofrimento em busca de Justiça. Meu luto virou uma luta
O cadáver foi exumado com auxílio de uma perita especialista em antropologia forense, especialidade que pode ajudar a descobrir como a vítima foi assassinada e qual o provável instrumento utilizado no crime. A perícia no corpo da manicure será no IML. Os analistas tentarão descobrir indícios da causa da morte de Thaysa. E ainda buscarão confirmar que o bebê não estava no ventre da vítima.
Em seu depoimento prestado na Delegacia de Homicídios, a psicopedagoga relatou que a filha vinha recebendo ameaças. Segundo o advogado Zozer Hardman, a polícia investiga ainda se a motivação do crime está ou não ligado à criança que Thaysa esperava. O bebê, que se chamaria Isabella, tinha previsão de nascer em outubro.
A manicure desapareceu no dia 3 de setembro de 2020 e seu corpo foi encontrado dia 10 do mesmo mês, no leito da linha férrea, em Deodoro, na Zona Oeste. Câmeras de segurança flagraram um suspeito interceptando os passos da manicure e a levando para as proximidades do local onde foi encontrada. O homem, no entanto, ainda não foi identificado.
Extra o Globo
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