Morre o ator Paulo José, aos 84 anos, no Rio faleceu em decorrência de uma pneumonia.

 Ator e diretor Paulo José morreu nesta quarta-feira


O ator Paulo José morreu nesta quarta-feira, dia 11 de agosto, aos 84 anos, no Rio de Janeiro. Ele estava internado há 20 dias e faleceu em decorrência de uma pneumonia. O ator deixa mulher e quatro filhos: Ana, Bel e Clara Kutner, de seu relacionamento com a atriz Dina Sfat, além Paulo Henrique Caruso.

Em 1993, o ator foi diagnosticado com Mal de Parkinson e estava longe da TV há 7 anos. Seu último trabalho foi como o vovô Benjamin na novela ''Em família'', de Manoel Carlos. Na trama, ele era o pai de Virgílio (Humberto Martins) e, como na vida real, seu personagem sofria de Mal de Parkinson.

Paulo José estreou como ator em 1961, na peça ''Testamento de um cangaceiro''. No cinema, começou sua carreira em 1965, no filme ''O padre e a moça''. Seu primeiro trabalho na televisão foi em 1969, na novela ''Véu de noiva'', da Globo. Paulo José também era diretor.

Trajetória do artista

Paulo José Gómez de Souza nasceu em Lavras do Sul, interior do Rio Grande do Sul, em 20 de março de 1937. Teve o primeiro contato com o teatro ainda na escola, iniciando a carreira no teatro amador anos mais tarde, em Porto Alegre. No início dos anos 60, Paulo José foi morar em São Paulo e começou a trabalhar no Teatro de Arena, onde exerceu diferentes funções.

Seu primeiro grande personagem na telinha foi o mecânico-inventor Shazan, que formava uma dupla bem humorada com Xerife, personagem de Flávio Migliaccio, na novela ''O primeiro amor'' (1972), de Walther Negrão. A dobradinha fez tanto sucesso que deu origem ao seriado ''Shazan, Xerife e Cia.'', escrito, dirigido e interpretado por Paulo e Flávio entre 1972 e 1974. Outros personagens marcantes foram o comerciante cigano Jairo em ''Explode coração'' (1995), de Gloria Perez, e o alcóolatra Orestes de ''Por Amor'' (1997), de Manoel Carlos.

Ao longo de mais de 60 anos de carreira, atuou em mais de 20 novelas e minisséries, entre elas ''Tieta'' (1989), de Aguinaldo Silva, Ana Maria Moretzsohn e Ricardo Linhares; ''Araponga'' (1990), de Dias Gomes, Ferreira Gullar e Lauro César Muniz; ''Vamp'' (1991), de Antonio Calmon; ''Senhora do destino'' (2004), de Aguinaldo Silva; ''Um só Coração'' (2004) e ''JK'' (2006), minisséries de Maria Adelaide Amaral e Alcides Nogueira; ''Caminho das Índias' (2009), de Gloria Perez; e ‘Morde & Assopra’ (2011), de Walcyr Carrasco.

Como diretor, participou de alguns episódios de ''Casos especiais'', na década de 1980, e das minisséries ''Agosto'' (1993), adaptação de Jorge Furtado e Giba Assis Brasil do romance de Rubem Fonseca; ''Memorial de Maria Moura'' (1994), adaptação de Jorge Furtado e Carlos Gerbase da obra de Rachel de Queiroz; e ''Incidente em Antares'' (1994), adaptação de Nelson Nadotti e Charles Peixoto do livro homônimo de Erico Veríssimo. Ele também fez parte da equipe que implementou o programa ''Você decide''.

Sempre ativo e atuante, mesmo depois de descobrir o Mal de Parkinson, doença que o acompanhou por mais de 20 anos, Paulo José sempre esteve preocupado com a valorização do ofício de ator no Brasil, sendo nome de destaque na luta pela regulamentação da profissão no final dos anos 70.

Mesmo com a carreira consolidada na TV, Paulo José nunca abandonou o teatro e o cinema. Na telona, participou de filmes importantes na história do cinema brasileiro, como ''Macunaíma'' (1969) e ''Todas as mulheres do mundo'' (1966)

Extra o Globo


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