Sócio de investidor assassinado dentro de Porsche na Região dos Lagos depõe à polícia

Wesley Pessano tinha 124 mil seguidores nas redes sociais Wesley Pessano tinha 124 mil seguidores nas redes sociais Foto: Reprodução


Na manhã de ontem, um dos sócios da Ares Consultoria e Investimentos — que também pertencia ao investidor e influenciador digital Wesley Pessano Santarém, de 19 anos, assassinado a tiros em São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos, na quarta-feira — prestou depoimento. Outros investidores também foram intimados. A Polícia Civil quer entender o que motivou a execução do rapaz, e uma queima de arquivo não é descartada.


Por cerca de uma hora, o empresário, que não teve o nome revelado, falou aos investigadores da 125ª DP (São Pedro da Aldeia). No entanto, segundo o delegado Milton Siqueira Júnior, que apura o assassinato, “nada de relevante sobre o crime foi extraído”. A polícia quer saber se Wesley foi morto por alguma disputa por criptomoedas.

— Ele falou por cerca de uma hora e não disse nada relevante sobre o crime. Outras pessoas serão ouvidas na próxima semana — informou Júnior.


O delegado quis saber se Wesley estava sendo ameaçado de morte e qual era seu papel na empresa. Além disso, Júnior também quis entender a participação do rapaz nas compras e nas vendas de bitcoins.

O carro do rapaz, um Porsche, avaliado em mais de R$ 440 mil, foi periciado na quinta-feira por agentes do Instituto de Criminalistica Carlos Éboli (ICCE) de Araruama.

O delegado voltou a dizer que nenhuma linha de investigação está descartada. A Polícia Civil tem dito que, para não atrapalhar as investigações, não pode passar muitos detalhes.


— Estou apurando tudo e só no fim vou direcionar para uma linha específica. Nada está descartado — diz o delegado.

Júnior informou que a principal testemunha é o amigo que estava com Wesley. O jovem, que chegou a ser socorrido para a Unidade de Pronto-Atendimento de São Pedro da Aldeia, precisou ser transferido para um hospital de Araruama.

Mercado de criptomoedas

Como o GLOBO mostrou nesta sexta-feira, a Polícia Civil montou uma força-tarefa para investigar a morte do investidor, além de outros crimes que podem estar ligados ao mercado de criptomoedas em Cabo Frio, também na Região dos Lagos. Os agentes não descartam que o rapaz executado estivesse envolvido numa disputa entre grupos concorrentes que investem em moedas virtuais ou que ele possa ter causado prejuízo a uma pessoa. Outra hipótese levantada é a de queima de arquivo.


Quatro delegacias — 125ª DP (São Pedro da Aldeia), 126ª DP (Cabo Frio), 127ª DP (Armação de Búzios) e 129ª DP (Iguaba Grande) — vão compor o grupo de trabalho, que vai analisar inquéritos que envolvam transações em criptomoedas. Nos últimos meses, Cabo Frio registrou três atentados contra empresários e pessoas que atuam no ramo de bitcoins. Investigadores afirmam que “uma ciranda financeira” está acontecendo no município.

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Wesley foi morto em um Porsche que está em nome da Ares Consultoria e Investimentos. Com duas marcas de tiro na lataria, o veículo segue no pátio da delegacia que investiga o caso. Em uma nota de pesar, a empresa informou que seguirá com suas atividades normais, após “esse momento difícil”

Extra o Globo

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