Foto: Edilson Rodrigues - 16.jun.2021/Agência Senado Ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, é ouvido pela CPI da Pandemia
O ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel recusou-se a entrar no programa de proteção à testemunha nos termos oferecidos pelo governo do estado, de acordo com documento obtido pela CNN.
O ex-chefe do Executivo fluminense solicitou proteção para poder prestar depoimento em sessão secreta à CPI da Pandemia, no Senado, onde, supostamente, pretende detalhar ações de criminosos nos hospitais federias do Rio.
Witzel solicitou escolta policial para ele e seus familiares, por
pelo menos dois anos, após o depoimento, no entanto, recebeu garantia de
proteção da Polícia Militar por seis meses. A decisão foi de um
conselho subordinado a Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos
Humanos do Rio.
A inclusão de Witzel no programa é condição colocada por ele e sua defesa para que, em sessão secreta com os senadores, o ex-governador dê detalhes sobre suposta interferência de políticos e organizações criminosas na gestão dos hospitais federais do estado.
O pedido de proteção do ex-chefe do Executivo fluminense foi apresentado ao Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos no dia 5 de julho pelo senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI da Pandemia.
O ministério repassou o pedido ao governo do Rio de Janeiro, que no mês passado negou boa parte das solicitações feitas pelo ex-governador.
Em reunião realizada há três semanas, o Conselho Deliberativo do Programa Estadual de Proteção a Vítimas e a Testemunhas Ameaçadas (Condel-RJ) entendeu que Witzel só pode ter garantida a escolta da PM por seis meses. Além disso, o grupo, que é formado por representantes da Secretaria de Direitos Humanos e de Segurança do Rio, integrantes dos Ministérios Público Estadual e Federal, Defensoria, OAB, dentre outros, solicitou um posicionamento da Procuradoria-Geral da República sobre possíveis "ameaças e coações" contra o ex-governador.
No pedido feito por sua defesa e encaminhado pela CPI ao governo federal, Witzel solicitou, além da escolta, "auxílio financeiro mensal para as despesas dele e de sua família, apoio e assistência social, médica e psicológica e custeio integral de apoio jurídico para eventuais processos movidos contra ele após seu depoimento.
Witzel tem dito que ficará com "um alvo nas costas" após prestar informações reservadas à CPI da Pandemia e que precisa da inclusão total de seu nome e de sua família no programa de proteção à testemunha para que tenha segurança de apresentar as provas e denunciar nominalmente os supostos envolvidos nos desvios.
A CNN apurou que, nesta sessão secreta, ele pretende colocar o senador Flávio Bolsonaro como um dos responsáveis por interferências nos hospitais federais do Rio. Em resposta, o filho do presidente Jair Bolsonaro acionou o ex-governador na Justiça fluminense, mas até agora Witzel não se manifestou.
CNN
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