Em um ambiente acolhedor proporcionado pelos três enteados, o servidor aposentado do Banco Central (Bacen) Eduardo Nunes Rodrigues, 49 anos, começou a revelar detalhes dos maus-tratos e agressões cometidos pela própria esposa, Maruzia das Graças Brum Rodrigues, 53 anos. Além de ter contado o que motivou a mulher a esfaquear seu braço, o ex-analista disse que ela ainda quebrou um tablet em sua cabeça.
O aposentado explicou aos enteados que a facada desferida por Maruzia ocorreu após ele fazer uma simples pergunta: queria apenas saber para onde a companheira iria. “Ela disse que não daria explicação a um doido patológico. E, após dizer que a empregada gostava de conversar comigo e me achava sociável, pegou a faca de mesa e me acertou”.
Um novo ataque de fúria de Maruzia ocorreu logo após a história dos maus-tratos ser publicada em primeira mão pelo Metrópoles, no último sábado (11/9). Descontrolada ao ler a notícia, a mulher pegou um tablet dado de presente ao aposentado por uma das enteadas e quebrou na cabeça de Eduardo.
PCDF apura maus-tratos contra servidor aposentado
O servidor aposentado do Bacen teria sido esfaqueado no braço pela companheiraReprodução
A empregada doméstica encontrou vestígios de sangue na cama do aposentadoReprodução
O servidor aposentado, mesmo com o um salário superior a R$ 20 mil, fez uma lista de desejos com objetos simplesReprodução
Os enteados do aposentado encontraram muitos medicamentos controladosReprodução
Também foram encontrados medicamentos usados para castração químicaReprodução
Os enteados da vítima afirmam que ele está sendo dopado Reprodução
O aposentado revelou outros ataques violentos cometidos por Maruzia. Em uma das ocasiões, Eduardo foi golpeado no peito com uma chave de carro. “Além da tortura psicológica e das humilhações, ela fazia com que eu me sentisse um peso, uma pessoa inútil. Mas tenho consciência do que acontece ao meu redor”, disse Eduardo a Mayana Brum, uma das enteadas.
Os enteados levaram o servidor aposentado ao médico, que se assustou com a dosagem de medicamentos ministrados sem necessidade. A maioria servia para mantê-lo dopado. “Várias receitas eram duplicadas para compra exagerada de remédios com alta capacidade de sedar o paciente. O médico disse que Eduardo não precisava de uma série daqueles medicamentos”, explicou a agora tutora.
Desde que a Justiça decidiu que a curatela provisória ficaria com uma das enteadas, Eduardo se afastou da ex-companheira. Ele ganhou roupas novas, perfume, sapatos, além de meias e cuecas. Apesar dos vencimentos próximos a R$ 23 mil, faltavam itens de necessidade básicos, como desodorante. “Ele vivia como um bicho, praticamente não tinha o que vestir. Para se ter uma ideia, o pouco que possuía foi trazido dentro de um saco de lixo, pois nem uma mochila ele tinha”, revelou Mayana.
O caso
Vídeos, fotos e uma série de documentos foram juntados pelos três irmãos, filhos da suposta autora. O inquérito foi instaurado na 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul). O caso veio à tona após uma viatura da Polícia Militar e uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) serem acionadas para socorrer o servidor, em 8 de setembro.
Na delegacia, as testemunhas, filhas de Maruzia, contaram que a mãe dopava e agredia o aposentado, além de obrigá-lo a tomar medicamentos usados para castração química. A motivação da mulher seria controlar a aposentadoria do ex-analista do Bacen.
Os enteados da vítima esperaram o momento em que a mãe estaria passando por procedimentos de cirurgia plástica em um hospital no DF para tentar visitar Eduardo e descobrir em que condições ele vivia. Grogue e prostrado em uma cama, o homem não conseguia falar com coesão e apresentava hematomas e lesões nos braços.
Informações Metropoles
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