A
polícia de Santa Catarina está apurando crime de racismo praticado por
um policial militar da reserva que, em vídeo que circula nas redes
sociais, diz ter ódio de negros, admite ser racista e chama uma mulher
de macaca.
No vídeo, o homem, identificado como Hélio Martins, 57, morador de São
Ludgero, a cerca de 180 km de Florianópolis, chama o filho da mulher que
faz a gravação de "negro desgraçado" e "pirracento". Ao ser questionado
por ela do motivo de tanto ódio por "gente morena", ele responde:
"Porque eu tenho ódio, eu sou racista, eu não suporto negro. Eu tenho
amigo negro, mas amigo descente, não essa negrada do caralho que é
marrenta que nem tu".
Em resposta ao tom agressivo do policial, a interlocutora pede que ele
não bata nela. Martins então pega um chinelo nas mãos e a ameaça. "Quer
ver? Fala de novo, sua macaca do caralho, demônio desgraçado", diz.
O delegado Éder Matte, responsável pela Delegacia de São Ludgero,
instaurou inquérito nesta sexta-feira (17) para apurar o crime de
racismo, que tem pena de reclusão de um a três anos e multa. Ainda não
se sabe quando o vídeo foi gravado, mas, segundo o delegado, trata-se de
um caso recente.
Apurações preliminares apontam que a mulher que fez a gravação é
ex-companheira de Martins. Matte afirmou que ela não procurou a polícia e
que o vídeo chegou até ele por meio de denúncias. Ele pretende ouvi-la
para eventualmente iniciar também uma investigação por ameaça, já que
esse crime depende de representação da vítima.
"O vídeo praticamente fala por si, falta pouca coisa para apurar", disse o delegado.
Em nota, a Polícia Militar de Santa Catarina confirmou que o homem que
aparece no vídeo é sargento da corporação e está na reserva desde março
de 2016. O caso, segundo o órgão, será encaminhado à Corregedoria-Geral.
"A PMSC repudia todo e qualquer tipo de violência contra a mulher ou
vulnerável, bem como qualquer tipo de racismo.
Diante deste fato, a referida ocorrência deverá ser apurada com rigor por todos os processos legais", diz a nota.
A reportagem tentou contato com Hélio Martins, mas ele não foi localizado até a publicação deste texto.
B.News
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