Polícia Civil afirma que delegada negra impedida de entrar em loja de roupa poderia ter prendido segurança por racismo

[Polícia Civil afirma que delegada negra impedida de entrar em loja de roupa poderia ter prendido segurança por racismo]

A Polícia Civil informou, nesta segunda-feira (20), que a delegada negra impedida de entrar em uma loja de roupas da rede Zara, no Ceará, por um segurança do estabelecimento, poderia ter prendido o funcionário ainda na ocasião. O episódio ocorreu na última terça-feira (14), em Fortaleza, quando Ana Paula Barroso tentava fazer compras no local e acabou sendo barrada na entrada da franquia. Após o constrangimento que passou, a diretora-adjunta do Departamento de Proteção aos Grupos Vulneráveis da Polícia Civil do Ceará acabou denunciando o segurança por racismo. 

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Responsável pelas investigações do caso, a titular da Delegacia de Defesa da Mulher de Fortaleza, Anna Cláudia Nery, detalhou o ocorrido com a colega. "Ela [a delegada barrada na loja] estava com uma sacola de uma loja popular e não sabe dizer de fato o que houve. Ela só lembra do funcionário dessa loja a retirando do estabelecimento dizendo que ela teria que sair dali por motivo de segurança. Ela poderia inclusive dar voz de prisão e prendê-lo em flagrante pelo fato de estar consternada. Ela ficou em choque e não deu voz de prisão", informou.

Como justificativa, a loja onde a delegada teve o acesso impedido afirmou, de acordo com o G1, que a cliente entrou na loja sem máscara e tomando sorvete. Tal atitude teria despertado a ação do que seria um “gerente”, que teria abordado Ana Paula para que colocasse a máscara. A Zara também nega as acusações de racismo e garante que tudo não passou de um protocolo de saúde por parte da rede, que se disse ainda contra discriminação.

Neste domingo (19), policiais estiveram no local para cumprir um mandado de busca e apreensão das câmeras de segurança da loja. A determinação partiu do Poder Judiciário, após a Zara, segundo a Secretaria da Segurança do Ceará, ter se recusado a entregar os equipamentos para a investigação. 

"Em nenhum momento a loja contribuiu e esse foi um dos motivos, o principal motivo, pelo qual foi apresentada busca e apreensão dessas imagens. Porque essas imagens podem ser adulteradas, e a gente precisa da preservação dessas imagens na íntegra", acrescentou a delegada Anna Cláudia Nery.

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o momento em que policiais civis comparecem à franquia para recolher os equipamentos de registro de imagens.

Assista: 

"Foi dado entrada no ofício tanto para o shopping como para a loja pedindo as imagens naquele dia e horário determinado. O shopping deu sem nenhum problema e a loja no primeiro momento disse que ia falar com o seu assessor jurídico dela e após a resposta da sua assessoria jurídica nos daria retorno. Esse retorno não chegou. E no outro dia entramos com o segundo ofício sobre a necessidade das imagens", explicou a responsável pelas investigações


 

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