Um homem que acumula lixo em sua residência, há pelo menos 15 anos, no bairro Pinheirinho, em Curitiba, transformou a rua toda em um paraíso para ratos e baratas. Desesperados, os vizinhos entraram em contato com o Balanço Geral Curitiba na esperança de chamar a atenção do poder público.
De acordo com Lourenço Ostroviski, além dos animais e insetos que podem transmitir doenças, o mau cheiro também toma conta de toda a via e invade as casas de quem mora nas proximidades. Mesmo assim, apesar das inúmeras denúncias já feitas, nenhuma atitude foi tomada por parte da Prefeitura Municipal.
“Eu e minhas esposa moramos aqui há 42 anos, ao lado, e estamos privados de receber qualquer visita, receber alguém, porque o vento leva o mau cheiro. É infestado de ratos, baratas. A gente precisa que um órgão público abrace a questão e faça o que é necessário fazer porque aqui nesse caso, eles estão falhando”,
diz Lourenço.
No local as imagens são chocantes, a parte externa da residência é totalmente ocupada pelos mais variados objetos. Entre eles, roupas, pedaços de madeira, vassouras, tecidos, cobertores, caixas de papelão e materiais recicláveis. Para piorar, basta observar por alguns minutos, que as ratazanas começam a surgir do meio dos entulhos e andar tranquilamente enquanto procuram por comida.
O que não faltam são histórias sobre o pesadelo que os moradores estão passando com a invasão dos roedores em suas casas.“Eles vão dentro do fogão, da máquina de lavar. Eles chegaram a estragar minha máquina. Dá seis horas, sete horas, eles começam a fazer trilho aqui na casa da vizinha e começam a caçar o que comer. A gente está bem doido, não está suportando essa situação”, desabafa Cassilda Bassati.
“Eu quero dizer que a atual situação é insustentável. A minha casa foi invadida por ratazanas essa semana, elas derrubaram sacolas que estavam dependuradas a dois metros de altura. É uma coisa absurda, só vendo. Eu coloquei duas sacolas de veneno lá nos fundos e os ratos comeram tudo. Então, são vacinados contra veneno também porque não vi nenhum morto”,
declarou Valdemar Ferreira dos Santos.
E se engana quem pensa que animais de estimação podem ajudar. Ana Amélia Estevão conta que os ratos são grandes e chegam a atacar cachorros e gatos. “Elas sobem muros, invadem quintais. São ratazanas enormes, elas avançam e mordem os cachorros que tentam proteger a casa”.
Problema de saúde
Conforme os relatos, o proprietário da residência está há dias na casa de um filho devido a um problema de saúde e, inclusive, somente devido a essa ausência que foi possível que a equipe da RIC Record TV se aproximasse do portão.
Para os vizinhos, o comportamento do homem aponta que ele sofre de algum tipo de doença mental e precisa de ajuda. “Ele pega essas sacolinhas que vem de mercado, ele defeca dentro e joga por aí, tanto nas bocas de lobo, como na vizinhança, do lado de fora da casa dos vizinhos”, lembra Erotildes Estevão. “E outras vezes ele vem nu em um mato aqui evacuar”, completa Ana Amélia.
“Ele é uma pessoa depressiva, uma pessoa que está fora do padrão normal de qualquer ser humano. Ele precisa de ajuda. Ele precisa de uma clínica. Ele precisa de tratamento. Ele está com as pernas cheias de sarna. A vida dele é andar na rua dia e noite juntando tudo o que ele encontra. E tudo o que ele coloca para dentro e o filho tira para o lixão levar, ele vem e joga para dentro novamente. Não existe mais uma parte da casa que esteja disponível, está tudo tomado pelo lixo. Ele dorme junto com essas ratazanas, ele come com esses bichos. Então, hoje a família dele praticamente são esses animais”,
diz ainda Ana Amélia.
Lourenço, que conhece o homem há anos, acredita que sua situação atual de saúde mental é consequência do abandono em que vive. “A esposa foi para um lado, um filho casou e foi para outro, outro filho foi para outro canto e ele ficou sozinho. Sozinho e deu no que deu. A imagem mostra mais do que qualquer coisa que a gente venha a falar. Ele sai à noite para buscar marmita, vai num lugar come, vai em outro pega outra e daí fica com três, quatro marmitas. Depois come as comidas azedas e o que sobra fica tudo jogado no quintal. Ele trata os ratos dele e assim ele vegeta”, finaliza.
A RIC Record TV tentou contato com familiares do proprietário da residência, mas não obteve sucesso.
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