Um homem armado com arco e flecha matou cinco pessoas e feriu outras duas nesta quarta-feira, 13, em Kongsberg, no sudeste da Noruega, antes de ser detido, informou a polícia, que não descartou uma motivação terrorista para o ato.
"Lamentavelmente, podemos confirmar que há vários feridos e também, desgraçadamente, vários mortos", disse Øyvind Aas, funcionário da polícia local, em coletiva de imprensa.
Os dois feridos foram hospitalizados em unidades de cuidados intensivos, mas, segundo Aas, nada indica que suas vidas estejam em perigo. Um deles era um policial que estava de folga e se encontrava em um dos diversos lugares atacados.
Um suspeito foi detido. "Segundo as informações que temos até o momento, há apenas uma pessoa envolvida nesses atos", acrescentou Aas, que também esclareceu que as motivações do ataque são desconhecidas.
"Ao ver como os fatos se desenvolveram, é natural considerar que se tratou de um ataque terrorista", disse Øyvind Aas em uma coletiva de imprensa posterior.
"O homem detido ainda não foi interrogado e é cedo para falar sobre os motivos do ataque", acrescentou, ao detalhar que os investigadores "mantêm todas as hipóteses em aberto".
Não há procura por outro suspeito
O Serviço de Inteligência Nacional (NIS, na sigla em inglês) foi alertado, informou um porta-voz à AFP. "Por enquanto, são só suposições", declarou o funcionário, Martin Bernsen, sobre a eventualidade de um ataque terrorista.
A polícia não deu detalhes sobre o suspeito, exceto que se trata de um homem e que foi levado para a delegacia da cidade vizinha de Drammen. Também não confirmou nem desmentiu que ele era monitorado pelas forças de segurança e acrescentou que não está à procura de outro suspeito.
"Esses fatos nos comovem", declarou a primeira-ministra Erna Solberg, em seu último dia no cargo. Amanhã (14), ela cederá seu posto ao trabalhista Jonas Gahr Støre, vencedor das eleições legislativas de 13 de setembro.
Informada às 18h13 locais (13h13 em Brasília), a polícia capturou o suspeito às 18h47. Na pequena cidade de aproximadamente 25.000 habitantes, situada a pouco menos de 80 quilômetros de Oslo, o acesso aos locais do ataque foi bloqueado por um cordão policial e agentes, conforme constatou um correspondente da AFP.
Policiais armados
As autoridades pediram à população local que permaneça em suas casas. Vários bairros foram isolados e imagens de televisão mostravam um grande dispositivo policial, fortemente armado, e ambulâncias.
Um helicóptero e uma equipe de antibomba foram enviados para Kongsberg.
A direção norueguesa de polícia decretou que os agentes, que geralmente realizam suas patrulhas desarmados, passariam a portar armas temporariamente em todo o país.
A emissora pública NRK mostrou em seu site uma foto enviada por uma testemunha que mostra uma flecha de cor preta cravada em uma parede. Em outras fotos é possível ver o que parecem ser flechas de competição no chão.
A Noruega, um país geralmente pacífico, já foi cenário de ataques de extrema-direita no passado.
Em 22 de julho de 2011, o extremista Anders Behring Breivik matou 77 pessoas ao detonar uma bomba nos arredores do edifício do governo em Oslo, antes de abrir fogo em um acampamento da juventude do Partido Trabalhista norueguês na ilha de Utøya, próxima da capital.
Em agosto de 2019, Philip Manshaus atirou contra uma mesquita nos subúrbios de Oslo, antes de ser rendido pela multidão, sem que houvesse feridos graves. Antes do ataque, Manshaus assassinou por motivação racista sua irmã adotada, que tinha origem asiática.
As autoridades também frustraram vários atentados islamistas.
A Tarde
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