Um casal se surpreendeu após esperar por nove meses o nascimento da primeira filha, Maria Cecília, e descobrir que quem chegou ao mundo foi Gustavo. O caso aconteceu em Itaberaba, cidade da região da Chapada Diamantina.
Dois dos quatro exames de ultrassom feitos na técnica de enfermagem Caroline Lima Bacelar, de 32 anos, durante a gestação, apontaram que o bebê do casal, seria do sexo feminino. Os outros dois, deram inconclusivos.
“Eu fiz quatro ultrassons, a primeira não deu para ver e a última também não, mas as duas do meio deu como menina”, contou Caroline Bacelar.
Com a certeza de que seria mãe de uma menina, a baiana e o marido, o mecânico de motocicletas Ivã Almeida do Rosário Júnior, de 29 anos, compraram o enxoval inteiro para o bebê, que teve o nome Maria Cecília escolhido pelos pais.
“Quando a ultrassom deu que era menina, compramos tudo rosa, muita coisa que a gente até poderia ter trocado, mas eu já tinha lavado antes, tirado etiqueta, então ficou impossível fazer as trocas. Nós deixamos tudo arrumado”, conta.
Casal montou enxoval para um bebê do sexo feminino — Foto: Arquivo Pessoal
Gustavo Bacelar de Rosário nasceu na noite do dia 16 de setembro, no Hospital Geral de Itaberaba. Os pais do pequeno contaram como receberam a notícia da "troca do sexo". O sonho de Ivã Júnior era ser pai de um menino. Quando menos esperava, realizou e, segundo ele, ao saber da notícia, acordou o hospital inteiro.
“Rapaz, foi algo inexplicável, eu acordei o hospital todo", contou o mecânico de motocicletas.
Com mais um integrante na família, os pais de Gustavo dizem que estão se acostumando com a ideia do nascimento do filho, em vez da esperada Maria Cecília.
'Gustavo foi milagre duas vezes'
Gustavo é o primeiro filho do casal — Foto: Arquivo Pessoal
Para Carol Bacelar e Ivã Júnior, o nascimento de Gustavo foi um verdadeiro milagre. A técnica de enfermagem tinha dificuldades para engravidar e teve cinco abortos espontâneos.
“Carol não podia engravidar. A gente ia fazer tratamento para ela engravidar. Gustavo faz parte de dois milagres", contou o pai do menino.
Apesar de esperar uma gravidez complicada, Carol Bacelar contou que teve uma gestação tranquila, com emoções apenas na reta final.
“A gravidez foi tranquila tirando a parte da glicemia. Eu passei por quatro médicos diferentes para descobrir que ela não estava alta. No final da gestação, ela oscilou e ficou alta”, relembra.
Dois dias antes de uma consulta marcada com uma médica obstetra, Caroline Bacelar percebeu que o batimento do coração do filho, que ela achava que era uma menina, estava fraco. Segundo a mamãe, a barriga dela contraiu e não relaxou.
“Depois de duas horas, eu fui no postinho aqui do lado e falaram que o batimento dele estava muito baixo. A gente foi correndo para a emergência [do Hospital Geral de Itaberaba], chegando lá já fizemos a cesariana”.
O pai segue agradecendo pela realização do sonho. “O Gustavo foi milagre duas vezes. Ele estava quase morrendo na barriga de Carol”.
Surpresa
Gustavo nasceu às 18h do dia 16 de setembro. O momento foi de emoção, mas um pouco confuso para a mamãe, que ficou por alguns segundos, sem entender o que acontecia na sala.
“Quando o médico falou comigo assim: ‘Parabéns pelo meninão’. Eu falei assim: ‘Não, doutor, é uma menina’. Ai ele perguntou o nome e disse: ‘É um menino'. Depois, ele me mostrou e eu me emocionei”.
“Como eu nunca tinha feito cirurgia e tinha um medo 'retado', eu só queria que alguém avisasse ao meu marido que era menino, porque quando ele visse, já ia saber que era nosso”, recorda.
Agora, os pais se preparam para fazer doações do enxoval de "Maria Cecília" e montar o do Gustavo.
“A gente separou para doar uma parte para pessoas que a gente sabe que precisa, que têm necessidade. Os maiores a gente vai doar para uma amiga da gente, que teve filha também”, disse Carol Bacelar.
Sobre planos para novos filhos, o casal, "pais de primeira viagem", não pensam na chegada de uma possível "Maria Cecília" ou outro menino por agora. A intenção é curtir o nascimento do Gustavo.
“Estou feliz do jeito que está. Está ótimo”, disse aos risos, Carol Bacelar.
G1
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