PA – Juiz diz sofrer preconceito por ser uma “pessoa simples” e usar “bermuda e chinelo”

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Juiz do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, o maranhense André Alencar utilizou suas redes sociais, no domingo (17/10), para fazer um desabafo após ser criticado por “não se portar como juiz”. André diz ter ouvido o comentário depois de decidir ir à feira para tomar um caldo de galinha caipira.

O magistrado conta que também foi “julgado” por ter ido a um bar na noite de sábado (16/10). Ele, então, questiona o que seria ter “porte de juiz“. “Agora, só porque eu passei no concurso não posso comer na feira? Não posso ir em um lugar simples? Tenho que sempre andar arrumado, na pose, bancando o fino e elegante?”, disparou.

Momento desabafo:
Hoje recebi uma crítica de uma pessoa próxima de que eu não “me porto como juiz”. Tudo começou pq eu, com ressaca, quis ir tomar um caldo de galinha caipira na feira. Fui criticado por escolher ir comer na feira.

— André Alencar Spíndola (@and_paulo) October 17, 2021

André ainda afirmou que é “uma pessoa simples, que veio de baixo”, e não se importa com “status”. O maranhense diz ter ouvido que não teria bom senso. “Adoro sair por aí de bermuda e chinelo, e isso não define quem eu sou”. O magistrado também contou ter sido comparado a um estagiário: “Me falaram que sou juiz, mas com cabeça de estagiário, que eu não tenho bom senso”.

O juiz reiterou que não aceita as críticas. “Não pretendo mudar quem eu sou, o que eu penso”, declarou. “Não sou adepto dessa visão glamourosa que tem a sociedade de que, por ser juiz, não posso estar vestindo assim, assado, não posso frequentar determinados lugares ‘inapropriados pra minha condição social’. Eu simplesmente não me importo”, disse o magistrado, antes de perguntar se os seguidores acham que ele está errado.

No final das postagens, André ressaltou que não quis ofender nenhum estagiário, uma vez que “são tão importantes quanto qualquer servidor. Apenas reproduzi o que me foi dito”.

O relato gerou inúmeras interações na plataforma. Outros internautas aproveitaram para contar experiências parecidas que tiveram trabalhando no Judiciário.

Um juiz, que conta exercer a função há 14 anos, declarou que também sai para bares e feiras e comentou sobre suas vestimentas diárias. “No início, estranharam. Agora, acostumaram”, disse ele.

Já uma estudante de arquitetura afirmou que, “se todos fossem como você [juiz André Alencar], eu teria menos ranço!”. Ela conta que já foi criticada por um estudante de direito pela suas escolhas de roupa. “Conhecimento não precisa, né? O que precisa mesmo é ter roupa massa”, desabafou.

Fonte: Metrópoles

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