"Eles são 'de menor'. São pessoas que deveriam estar com livros nas mãos e não armas. São pessoas más [...]". Foi com essas palavras que Ana Rita, mãe de Jamile Sanches Miranda, 18 anos, descreveu a execução da própria filha. Ela disse que reconheceu o autor do disparo fatal, que atingiu a cabeça da vítima.
A menina estava dentro do veículo da família. O caso aconteceu no bairro de São Cristóvão, em Salvador, após os três deixarem uma colega da adolescente na localidade do Planeta dos Macacos, na noite de quarta-feira (27/10).
Nesta sexta-feira (29/10), um dia após enterrar o corpo da única filha, o casal foi prestar depoimento no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Na porta da unidade, Ricardo Miranda reforçou que não estava trabalhando como motorista de aplicativo, como foi veiculado. É a primeira conversa formal com a Polícia Civil.
Ana Rita, que conhece o local por ser transportadora escolar, contou o que viu naquele dia. "É uma pessoa que sou responsável [colega da filha]. Não iria gostar que ninguém deixasse minha filha na rua. Quando a gente entrou eu não vi nada [nenhuma movimentação estranha na rua]. Quando meu esposo parou na entrada da rua e a colega da minha filha desceu, avistamos dois meliantes com uma arma apontada", lembrou.
Segundo a mãe de Jamile, a quadrilha correu para uma rua próxima, onde rendeu a família. "Meu esposo deu ré e saiu. Ele [bandido] mandou a gente voltar. Quando viu que a gente não ia parar, eles correram. Meu esposo acelerou e a gente não iria imaginar que eles iriam conseguir chegar primeiro que a gente [na outra rua] e foi o que aconteceu".
Ana Rita disse lembrar do rosto do assassino. "Vi um deles, que reconheço muito bem. Ele atirou duas vezes".
Também nessa sexta, equipes da Companhia Independente de Policiamento Tático (CIPT/Rondesp Atlântico), da 49ª Companhia Independente (CIPM/São Cristóvão) e do DHPP fizeram uma operação no Planeta dos Macacos para tentar achar os suspeitos
Aratu On
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