Cliente tenta reaver prejuízo de R$ 170 mil após assassinato de trader de criptomoedas na Região dos Lagos

 Wesley Pessano tinha 124 mil seguidores nas redes sociais Wesley Pessano tinha 124 mil seguidores nas redes sociais Foto: Reprodução



Uma firma de advogados de Cabo Frio, representando um cliente de Mato Grosso, protocolou na última semana uma ação no Tribunal de Justiça em que cobram R$ 170 mil do espólio de Wesley Pessano Santarém, investidor em criptomoedas assassinado dentro de Porsche na Região dos Lagos. Na ação, também é pedido o bloqueio de bens e valores de outros quatro envolvidos, pessoas físicas e jurídicas, com a ação de Pessano nas empresas de investimento.

Na petição inicial, os advogados narram que o cliente é um engenheiro recém-formado que conheceu a atuação de Pessano em redes sociais e chegou a fazer cursos de investimentos em criptomoeadas com o trader assassinado. Com a promessa de retorno de 10% dos valores investidos ao mês, o engenheiro pediu os valores emprestados à mãe, uma servidora pública que guardava a quantia em uma previdência privada. Com interesse no investimento os dois viajaram à Cabo Frio, sede da empresa Ares Consultoria, onde conheceram pessoalmente Pessano e então decidiram fazer o investimento.

— Não conseguimos localizar o espólio e na regra ele deveria ser aberto em Cabo Frio, sua última residência. A perspectiva é que tenha R$ 17 milhões nas contas de Pessano — conta o advogado Luciano Regis, que representa o engenheiro, que também pediu o bloqueio das contas da empresa Ares.


Apesar de terem sido feitos dois depósitos no montante de R$ 170 mil no começo de julho, os advogados afirmam que a empresa não enviou nenhum contrato assinado para os dois. Quase um mês depois, Wesley Pessano foi assassinado e os contatos da empresa foram cada vez mais raros e atualmente não há previsão da devolução da quantia.

— Essa família saiu do interior de Mato Grosso sendo convencidos a fazer o investimento. É dinheiro construído durante uma vida e não receberam nenhuma parcela do investido. Uma advogada ainda tentou captar a mãe do meu cliente para ser consultora da empresa — conta o advogado Luciano Regis, que representa o engenheiro.

Polícia no local do crime
Polícia no local do crime Foto: R Lagos Notícias
Na ação, Regis ainda pede o acesso gratuito a Justiça para seu cliente, alegando que ele é um engenheiro recém-formado e não possui possibilidade de pagar as custas do processo. Isso porque o valor do investimento ainda é fruto de um empréstimo dele com a mãe.

A ação ainda pede uma indenização por danos morais no valor de R$ 30 mil por entender que o engenheiro foi vítima de constrangimento. Também foi pedido o pagamento de uma multa de 30% em relação ao montante investido:

"Os Réus expuseram o Autor a um constrangimento ilegítimo, pois foram induzidos ao erro, levados a acreditarem que estavam contratando serviços legítimos de terceirização de trading em criptoativos, mas na realidade, era uma fachada para o desenvolvimento de esquema criminoso", diz trecho da ação. 

 

Wesley em foto com dinheiro ao lado da cabeça 

Extra o Globo


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