O jogador de vôlei Maurício Souza, demitido do Minas Tênis Clube por fazer uma postagem homofóbica e provocar reação dos patrocinadores, diz que já tem propostas de times do Brasil e do exterior.
Em entrevista ao jornalista Thiago Asmar, no canal "Pilhado" no Youtube, disse que considera fechar um acordo com um time de fora para fugir das críticas das redes sociais e da "pressão da 'galerinha da lacrolândia'".
“Estamos com algumas opções (propostas de clubes) aqui no Brasil e no exterior. Meu empresário está com medo de eu ficar aqui no Brasil. Talvez, a melhor opção seja sair do país mesmo. Aqui no Brasil, qualquer time que eu vá vai ter pressão da ‘galerinha da lacrolândia’”, disse Maurício.
Segundo o central, a decisão tem como objetivo preservar também seus eventuais colegas de time e a própria instituição que jogar, uma vez que a situação pode ficar complicada em relação aos patrocinadores.
“Eu também tenho medo de ficar aqui no Brasil. Não por mim, mas pelos meus colegas de equipe. Se o time não tiver uma estrutura muito forte junto com os patrocinadores para aguentar essa pressão, vai ser difícil. Como que o grupo lidaria com isso? Como que seria a minha aceitação dentro desse grupo? Então, prefiro nem pagar para ver”, afirmou o jogador, que teve as portas fechadas na seleção brasileira pelo treinador Renan dal Zotto.
Novamente, o atleta repetiu que não pretendia ofender ninguém e tentou dizer que a sua fala era somente uma "opinião".
DEMISSÃO
Em um arquivo de áudio vazado, Elói Lacerda de Oliveira Neto, diretor de vôlei masculino do Minas Tênis Clube, disse que só demitiu o central Maurício Souza para proteger o clube e o próprio atleta de perseguição.
Na mensagem, que teve a autoria confirmada pela reportagem, Elói ainda disse que a demissão aconteceu após "uma semana apanhando da imprensa" e que o contrato de Maurício foi pago integralmente até maio do ano que vem -no vôlei brasileiro, os contratos não são mensais, e sim por temporada, em períodos que vão de agosto a maio. O dirigente ainda afirma que a demissão ocorreu porque o clube não teve apoio para manter o atleta.
"Fui eu que dispensei o Mauricio, tá? Tá todo mundo vindo bater, mas as pessoas deixaram o Minas desamparado. Durante uma semana apanhando da imprensa, da comunidade LGBT. Fomos obrigados a dispensar o Mauricio, senão ele seria destruído. Pagamos o contrato integral até maio, não ficou desamparado. Fizemos porque não tivemos apoio", disse.
O diretor alegou ainda que a demissão foi motivada pela pressão exercida pela comunidade LGBTQIA+ que cobraram medidas "radicais"
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