Entregador é morto após ser retirado de mercado por PMs; moradores dizem que ele foi baleado pelos policiais


 

Um homem que fazia entrega de comida na localidade do Bariri, no Nordeste de Amaralina, em Salvador, foi morto a tiros na manhã desta quinta-feira (4).

Moradores denunciam que o crime foi cometido por policiais militares. Não há detalhes da idade do rapaz morto e, segundo as testemunhas, o nome dele era Ícaro.

Por meio de nota, a Polícia Militar disse que, segundo informações da 40ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), policiais do Pelotão de Emprego Tático Operacional (Peto) da 40ª CIPM realizavam rondas na Rua do Futuro, na Santa Cruz, quando se depararam com vários indivíduos que atiraram contra a guarnição, que revidou.

Anda na nota, a PM disse que os suspeitos fugiram em várias direções e um deles, atingido no tórax e com um revólver calibre 38, tentou se esconder em um "mercadinho", mas foi alcançado e socorrido para o Hospital Geral do Estado (HGE), onde não resistiu. A ocorrência foi registrada na Corregedoria da PM, que irá instaurar um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar o fato.

Já os moradores contam que houve um tiroteio na Rua Nova República e o entregador teria sido baleado no abdômen. Em seguida, ele entrou em um mercadinho do bairro e foi seguido por policiais. Câmeras de segurança registraram a ação dentro do estabelecimento

Através das imagens é possível ver o momento em que o rapaz tenta se abrigar atrás de um homem no caixa, para evitar ser levado pelos policiais, mas a situação não impede que ele seja retirado do mercado pelos PMs.

Outro homem faz imagens, através da câmera de celular, já da parte externa do mercado. No vídeo, ele diz: "Vai matar o cara". O homem segue filmando e mostra que o rapaz abordado é levado pelos PMs. Na sequência, barulhos de tiros são ouvidos e o entregador é encontrado morto.

A dona do estabelecimento onde a vítima trabalhava como entregador de comida disse que ele prestava serviço no local há cerca de um mês e descreveu o crime como covardia.

“Que covardia, gente! O que é isso? Quer dizer que no Nordeste só tem vagabundo, só tem ladrão? O menino trabalhava. Ele me pediu oportunidade. O menino já tinha um mês trabalhando comigo. A mãe dele suou para dar uma moto a ele para achar uma oportunidade", comentou a mulher.

Ela acrescentou que o homem não estava armado e chegava ao estabelecimento para fazer uma entrega de comida, próximo ao meio-dia.

"Ele não estava com arma. Ele estava indo trabalhar para mim. Eu liguei 'Ícaro, venha que já tem entrega'. Baleou o menino no tiroteio, o menino entrou no mercadinho e pediu pelo amor de Deus”, comentou.

Ainda não há detalhes sobre o sepultamento do rapaz.

Caso foi registrado por moradores na localidade do Bariri, no Nordeste de Amaralina — Foto: Reprodução/TV Bahia

Caso foi registrado por moradores na localidade do Bariri, no Nordeste de Amaralina — Foto: Reprodução/TV Bahia 

G1

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