Deyverson comemora o gol que deu o título da Libertadores sobre o Palmeiras Foto: MARIANA GREIF / REUTERS
Um erro individual de Andreas Pereira custou o tricampeonato da Libertadores ao Flamengo. Com gol decisivo de Deyverson, após falha do volante, o Palmeiras venceu por 2 a 1 (1 a 0 na prorrogação) e conquistou o segundo título continental consecutivo, neste sábado, no Centenário, em Montevidéu. A equipe paulista agora faz parte do rol de times brasileiros tricampeões do continente junto com Santos, São Paulo e Grêmio.
Foram menos de 11 meses entre um título e outro. No final de janeiro deste ano, o Palmeiras havia vencido o Santos, por 1 a 0, no Maracanã, na Libertadores de 2020, que, por causa da pandemia, terminou apenas em 2021. Prova do trabalho consistente do técnico Abel Ferreira, com um futebol extremamente eficaz e competitivo. Mesmo que não tão vistoso.
Os primeiros minutos de jogo já desenharam o que seria o primeiro tempo da final da Libertadores. A conhecida aplicação tática do time de Abel Ferreira, principalmente defensiva, impediu o toque de bola técnico do Flamengo. O português mudou seu esquema e concentrou o jogo, sobretudo, pelo seu lado direito de ataque. Ele apostou na melhor forma física do Palmeiras - deixou o volante Felipe Melo no banco por isso. Estudioso que é sabia que Filipe Luís, com lesões recentes, estaria longe do ideal. Tanto que o lateral-esquerdo sairia ainda no primeiro tempo com dores na panturrilha. Foi ali que Mayke venceu o lateral e Bruno Henrique, que correu o que pôde para tentar cobrir o companheiro, e cruzou para Raphael Veiga empurrar para o gol do meio da área.
Eram apenas seis minutos de partida, mas pouca coisa mudou no cenário ao longo da primeira etapa. O quarteto do Flamengo não conseguiu se comunicar com eficiência. Com o jogo concentrado pela esquerda, Bruno Henrique não encontrou suas arrancadas e Arrascaeta, muito bem marcado, mostrou pouco ritmo de jogo. Do outro lado, Gabigol e Everton Ribeiro pouco apareciam. Enquanto isso, o Palmeiras desfilava sua eficiência tática e força física para ganhar praticamente todas as bolas.
Contra o time extremamente ofensivo do Flamengo, foram os paulistas que levaram perigo constante ao gol de Diego Alves. Um sintoma de como o jogo do rubro-negro não estava encaixado foi a primeira finalização certa apenas aos 42 minutos do segundo tempo. Veio após jogada iniciada por Gabigol, bola escorada de cabeça por Bruno Henrique e chute de Arrascaeta. Weverton salvou. Muito pouco para a equipe de Renato Gaúcho, que tem o ataque mais goleador do país.
Com 1 a 0 no placar, o jogo estava à feição do Palmeiras. Iria se fechar ainda mais na defesa, e tentar um contra-ataque mortal. Ao Flamengo, não restava outra opção a não ser se jogar ao ataque. Em 10 minutos, foram três chances seguidas, com Gabigol e Bruno Henrique, e bolas passando rente à trave ou defendidas por Weverton. O rubro-negro acordou.
Renato Gaúcho sacou sua arma nada secreta. Michael entrou para furar o bloqueio palmeirense no lugar de um apagado Everton Ribeiro. Mas nem precisou da velocidade do atacante. Num time cheio de craques, mesmo à meia boca, o talento supera o físico. Arrascaeta, num dos poucos lances em que não tinham dois jogadores em cima dele, rolou com perfeição para Gabigol chutar no canto direito de Weverton, sem chances para o goleiro. Empate aos 26 minutos do segundo tempo e jogo aberto.
A entrega física do Palmeiras no primeiro tempo cobrou seu preço na parte final do segundo tempo, e Abel precisou fazer mudanças para recuperar o fôlego no meio-campo. E aí os espaços começaram a aparecer ao Flamengo. Tudo que o time precisava. Livre, Arrascaeta passou a comandar o jogo e colocou Michael pronto para fazer o da virada, mas o atacante finalizou para fora.
Ainda faltavam mais 15 minutos de jogo, contando os acréscimos. Qualquer gol seria decisivo àquela altura. Mas os times temiam se jogar ao ataque e esperaram pela prorrogação.
Nos 30 minutos extras, os técnicos optaram por colocar jogadores mais frescos. O Flamengo perdeu mais uma parte do seu quarteto, com a saída de Bruno Henrique. Deu certo para o Palmeiras, com Deyverson, que saiu do banco para ser o herói do título ao aproveitar falha bisonha de Andreas Pereira. O volante perdeu o controle da bola perto da área e o atacante a roubou e entrou livre para fazer o segundo. O gol desestruturou de vez o Flamengo. Já no desespero, tentou o empate com vários atacantes. Em vão. O Palmeiras é tricampeão da Libertadores
Extra o Globo
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