O Sartre Escola SEB se pronunciou, nesta quarta-feira (10), sobre as manifestações racistas escritas por alunos da instituição em um aplicativo de mensagens. Ao BNews, a escola afirmou que os estudantes foram afastados após o ocorrido e reiteraram o compromisso do colégio com “uma educação humanística, inclusiva, pautada na diversidade”.
A medida foi tomada enquanto uma comissão investiga o envolvimento dos estudantes no caso de racismo. “Uma comissão para apuração foi instaurada e os alunos envolvidos foram afastados enquanto ocorrem as apurações. O Comitê de Ética está avaliando a situação a fim de encaminhar as devidas providências”, informou.
Confira as mensagens dos estudantes:
Além disso, a instituição de ensino particular ressaltou que as mensagens ocorreram for do ambiente escolar, “sem qualquer vínculo pedagógico”. Todavia, ressaltaram que: “a escola não poderia se furtar de cumprir sua função educativa, verificando a participação de seus alunos no fato”.
Estudantes repudiam o Sartre
Vale ressaltar que estudantes acusam o Sartre de omissão diante do caso de racismo. Segundo um deles, a direção da escola chegou a ser comunicada sobre o caso, mas teria agido de forma negligente diante da situação. Ao passar em uma sala de aula, uma coordenadora da unidade teria pedido para que o assunto não se transformasse em “opressão”, a fim, entretanto, de poupar os autores das mensagens de possíveis “constrangimentos”, conforme aponta o aluno, que preferiu não se identificar.
Em repúdio à suposta ao não posicionamento do Sartre diante dos diálogos racistas, o Corpo de Alunos enviou à coordenação da sede da rede, no bairro do Itaigara, um documento onde é destacada a Lei 7.716, de janeiro de 1989, que define como crime atos de preconceito contra raça e cor no Brasil.
“Não toleramos nenhuma forma de discriminação étnica, seja ela realizada no ambiente presencial ou virtual, em nossa vivência e queremos evidenciar que diversos alunos negros e pardos sentiram-se psicologicamente lesados pelos atos”, diz o documento. E segue: “embora não se tratem de fragmentos que citem ou utilizem o nome da instituição, as mensagens foram disseminadas por alunos comprometidos com os padrões éticos e normas de convivência estabelecidos pelo instituto em questão; sendo assim, põe-se em risco a própria imagem e reputação da rede Sartre”, conclui o documento.
A reinvindicação do grupo é que medidas “punitivas” sejam adotadas por parte da escola. Sobre o caso, os responsáveis pela assinatura do documento também cogitam a possibilidade de irem “às instâncias legais responsáveis pela jurisdição de crimes virtuais e danos à moral pública”.
MP-BA apura manifestações racistas
O Ministério Público estadual abriu, nesta quarta-feira (10), procedimento de notícia de fato para apurar as manifestações racistas registradas em aplicativo de mensagens que vieram a público ontem, supostamente realizadas por estudantes de uma escola particular de Salvador.
Em nota, o MP afirmou que solicitará informações à unidade escolar sobre os fatos e a respeito das medidas que foram e serão tomadas pela instituição. "O MP esclarece que, caso a indicação da autoria seja atribuída a adolescentes, os fatos devem ser registrados na Delegacia do Adolescente Infrator (DAI) para que seja iniciada a apuração da responsabilidade de ato infracional, com o devido acompanhamento do MP".
O caso
“Pretos morram”, “Pode macaco no ‘gp’?” e “Baniram piada de negros, porém não sabem que os negros já são a piada”, são algumas frases escritas por pelo menos sete estudantes do 1º ano da Escola SEB Sartre, no bairro do Itaigara, em Salvador.
BNews
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