Unidade do Degase na Ilha do Governador Foto: Domingos Peixoto / Agência O Globo
A Justiça decretou a prisão de um agente socioeducativo suspeito de ter estuprado adolescentes internadas no Centro de Socioeducação Antônio Carlos Gomes da Costa, na Ilha do Governador, unidade do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase). O processo está em segredo de Justiça, por isso o nome do agente não foi divulgado.
Na ocasião, a Juiza Lúcia Glioche determinou o afastamento de cinco agentes, incluindo o que teve a prisão decretada. Dois deles são suspeitos de terem estuprado adolescentes internadas e outros por terem se omitido diante dos abusos e de agressões. Segundo dados da decisão judicial determinando o afastamento, duas internas chegaram a engravidar após os abusos, mas uma delas teve aborto espontâneo.
As jovens vítimas e alguns agentes deram depoimento à corregedoria do Degase no fim do primeiro semestre deste ano. A decisão da juíza Lúcia Glioche cita trechos dos relatos. Em um deles, no dia 2 de junho deste ano, o diretor da unidade feminina relata que "uma adolescente afirma ter tido relações sexuais com um agente na sala de leitura embaixo da câmera de segurança", em local de ponto cego. Segundo a jovem, outras internas estariam na mesma situação. Em audiência especial na Justiça, a adolescente citada pelo diretor confirmou as informações e relatou que tinha se apaixonado pelo funcionário da unidade.
Em outro trecho da decisão, a juíza faz menção a uma adolescente ouvida pela corregedoria do Degase no mesmo dia. A jovem relatou que assim que entrou na unidade, o mesmo agente passou a "dar em cima" dela. E que, em troca de um celular, uma adolescente de 13 anos fez sexo oral nele. No depoimento, ela afirma que "queria usar o telefone por ter muitas saudades da mãe". Essa adolescente também mencionou que o ato ocorreu em local de "ponto cego" das câmeras.
Em meio à apuração, no dia 18 de junho deste ano, o então diretor da unidade enviou um ofício ao Ministério Público informando que uma adolescente havia relatado a ele que tinha mantido relações sexuais com um segundo agente em duas oportunidades.
Por causa das denúncias, o diretor do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase), major Márcio Rocha, foi exonerado
Extra o Globo
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